sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Recado a Davos: “Nova ordem mundial é um ato de inteligência política”

O Brasil está pronto para ser destaque no mundo, mas não da velha ordem e sim de um novo cenário mais justo e democrático, em que as disparidades econômicas e sociais sejam bem menores e haja mais democracia, liberdades públicas e respeito aos direitos humanos. Essa foi a tônica do discurso do presidente Lula lido nesta sexta-feira (29/1) em Davos (Suíça), durante o Fórum Econômico Mundial, pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O chanceler recebeu o prêmio Estadista Global em nome do presidente brasileiro, que não pode comparecer ao evento por ter tido uma crise de hipertensão momentos antes de embarcar para a Europa.
Lula afirmou que considera inapropriado dizer que o Brasil “está na moda”, porque isso é “fugaz e passageiro”. O Brasil, segundo ele, quer e será ator permanente no cenário do novo mundo.
O Brasil, porém, não quer ser um destaque novo em um mundo velho. A voz brasileira quer proclamar, em alto e bom som, que é possível construir um mundo novo. O Brasil quer ajudar a construir este novo mundo, que todos nós sabemos, não apenas é possível, mas dramaticamente necessário, como ficou claro na recente crise financeira internacional – mesmo para os que não gostam de mudanças.

Para ler a íntegra do discurso, clique aqui.
O presidente brasileiro afirmou em seu discurso que, mais do que um ato de generosidade, a construção da nova ordem mundial é uma “atitude de inteligência política”.
O Brasil, afirmou, está fazendo sua parte. De 2003, quando Lula esteve pela primeira vez em Davos, até hoje, o País viu 31 milhões de pessoas entrarem para a classe média e 20 milhões saírem da pobreza absoluta. A dívida externa foi paga e o Brasil hoje é credor do Fundo Monetário Internacional (FMI). As reservas internacionais saltaram de US$ 38 bilhões para US$ 240 bilhões. O País está consolidando uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e caminha para se tornar a quinta maior economia do mundo.
Posso dizer, com humildade e realismo, que ainda precisamos avançar muito. Mas ninguém pode negar que o Brasil melhorou. O fato é que Brasil não apenas venceu o desafio de crescer economicamente e incluir socialmente, como provou, aos céticos, que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza.
Historicamente, quase todos governantes brasileiros governaram apenas para um terço da população. Para eles, o resto era peso, estorvo, carga. Falavam em arrumar a casa. Mas como é possível arrumar um país deixando dois terços de sua população fora dos benefícios do progresso e da civilização?
Incorporar os mais fracos e os mais necessitados à economia e às políticas públicas não era apenas algo moralmente correto. Era, também, politicamente indispensável e economicamente acertado. Porque só arrumam a casa o pai e a mãe que olham para todos, não deixam que os mais fortes esbulhem os mais fracos, nem aceitam que os mais fracos conformem-se com a submissão e com a injustiça. Uma casa só é forte quando é de todos – e nela todos encontram abrigo, oportunidades e esperanças.
Lula deixou, em seu discurso, algumas perguntas importantes para os participantes do Fórum de Davos:
Pergunto: podemos dizer que, nos últimos sete anos, o mundo caminhou no rumo da diminuição das desigualdades, das guerras, dos conflitos, das tragédias e da pobreza? Podemos dizer que caminhou, mais vigorosamente, em direção a um modelo de respeito ao ser humano e ao meio ambiente? Podemos dizer que interrompeu a marcha da insensatez, que tantas vezes parece nos encaminhar para o abismo social, para o abismo ambiental, para o abismo político e para o abismo moral?
Posso imaginar a resposta sincera que sai do coração de cada um de vocês, porque sinto a mesma perplexidade e a mesma frustração com o mundo em que vivemos. E nós todos, sem exceção, temos uma parcela de responsabilidade nisso tudo.
E lembrou do Haiti para fazer outra provocação:
Vendo os efeitos pavorosos da tragédia do Haiti, também pergunto: quantos Haitis serão necessários para que deixemos de buscar remédios tardios e soluções improvisadas, ao calor do remorso?
Todos nós sabemos que a tragédia do Haiti foi causada por dois tipos de terremotos: o que sacudiu Porto Príncipe, no início deste mês, com a força de 30 bombas atômicas, e o outro, lento e silencioso, que vem corroendo suas entranhas há alguns séculos.
Para este outro terremoto, o mundo fechou os olhos e os ouvidos. Como continua de olhos e ouvidos fechados para o terremoto silencioso que destrói comunidades inteiras na África, na Ásia, na Europa Oriental e nos países mais pobres das Américas.
Será necessário que o terremoto social traga seu epicentro para as grandes metrópoles europeias e norte-americanas para que possamos tomar soluções mais definitivas?
O presidente brasileiro usou o lema do Fórum Social Mundial (FSM) para instigar ainda mais os ouvintes: “Outro mundo e outro caminho são possíveis. Basta que queiramos. E precisamos fazer isso enquanto é tempo”, disse Lula, no discurso lido pelo chanceler Amorim.
Lula disse ainda que é preciso “reinventar o mundo e suas instituições” e resgatar o papel de governar, com criatividade e Justiça.
Não sou apocalíptico, nem estou anunciando o fim do mundo. Estou lançando um brado de otimismo. E dizendo que, mais que nunca, temos nossos destinos em nossas mãos. E toda vez que mãos humanas misturam sonho, criatividade, amor, coragem e justiça, elas conseguem realizar a tarefa divina de construir um novo mundo e uma nova humanidade.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Empregos para os Santanenses

Doze mil postos de trabalho para os santanenses. Aliás, para os permanentemente retirantes santanenses e fronteiriços.


O amigo leitor (a) desavisado pode imaginar que o arremedo de gestor, Wainer “dinovo” fez mágica.

Ou que no projeto de arrancar os “pilas” dos fronteiriços empobrecidos que estacionam no centro  vá gerar todos estes empregos.

Que no “estacionamento Roubativo” que mandará mais de R$ 800 mil/ano para fora da cidade, também vá gerar emprego pro pobrerio.

Ná-na-ni-na-ná.

Na verdade, começou o recrutamento de catadores de maçã em Vacaria.

E, em outras cidades também.

Se o amigo (a) leitor(a) ainda desconhece o que significa o “Estacionamento Roubativo”, leia e escute o que dizem o vereador Glauber Lima-PT e o advogado, economista e radialista Carlos Grisólia da Rosa (Calico).

Aliás, o Calico tem apresentado uma defesa fundamentada e qualificada no programa “conversa do fim do mundo”, contra o “Roubativo”.

Tratando dos empregos da maçã, espero que os catadores que serão recrutados (são milhares por ano), quando retornarem pra fronteira com os pilas nos bolsos, tragam umas maças podres pra jogar nos iluminados das “grandes idéias”.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A largada na temporada de bandalheiras 2010, no RS



Atuando como vanguarda política do modelo administrativo de inspiração lúmpen no estado, o jornal Zero Hora, edição de hoje, decreta o fim do complexo da Fase (ex-Febem).


O jornal da família Sirotsky, que também controla uma grande empresa de incorporação imobiliária (a Maiojama), não por acaso, garante que a Fase é o "símbolo de um modelo fracassado de reabilitação de adolescentes infratores".

O partido dos Sirotsky, cujo braço de combate e militância é o jornal ZH, está dando a linha política à sua base de deputados na Assembléia Legislativa, onde tramita o Projeto de Lei 388/2009, que autoriza o Executivo a vender, permutar ou alienar o terreno de 74 hectares onde está sediada a Fase/RS.

Se o complexo da Fase "é um fracasso" - sempre segundo ZH - logo, nada mais natural do que vender a valiosa área pública a quem possa dar à mesma destino mais nobre: condomínios de luxo com vista privilegiada do Guaíba em área com todos os equipamentos urbanos já instalados e à disposição dos futuros adquirentes endinheirados. O jornal-partido do lumpesinato engravatado do RS sequer cogita que o alegado fracasso da Fase não tenha nada a ver com a mina de ouro no qual está localizada, cujo valor está estimado em 160 milhões de reais. O partido ZH prefere jogar a água suja do banho com a criança dentro.

De resto, o PL 388/2009, de iniciativa do Executivo, não oferece nenhuma alternativa para o aperfeiçoamento da instituição Fase, todas as suas mazelas e insucessos - o descumprimento continuado das diretivas e orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - são resultantes de problemas territoriais e de localização, tão-somente. Parece que basta vender o terreno milionário da Fase que todos os seus problemas estarão resolvidos. Como é que nenhum outro governante não teve esse estalo de Vieira antes? A governadora Yeda é de fato um gênio do ECA e da administração pública como um todo!

No final, a matéria de ZH acaba comprometendo gravemente o deputado petista Fabiano Pereira, dizendo-o "favorável à iniciativa", ou melhor dito, à bandalheira-mãe de todas as bandalheiras de 2010.

Com a palavra, pois, o deputado Fabiano Pereira (PT-RS), já duvidando que ele seja passageiro voluntário do trem lúmpen da governadora Yeda e o conglomerado partidário-midiático-imobiliário RBS.

Postagem do Sociólogo Cristovão Feil, titular do Blog Diário Gauche.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Estacionamento rotativo em Livramento

Mais uma do prefeito Wainer "dinovo" Machado. O eterno aprendiz de gestor ficou mal acostumado a mandar projetos polêmicos e sem discussão em regime de urgência para a câmara de Vereadores em periodo de recesso. Foi assim com a criação das cinco novas secretarias, com o plano de carreira do magistério, e agora com a proposta do estacionamento pago no centro da cidade. A denuncia é do vereador Glauber Lima (PT).
Segundo Glauber Lima, o projeto possui três problemas centrais, que o caracterizariam como um mau negócio para o município. O primeiro, seria o fato de que, ao contrário de outros municípios, a empresa vencedora da licitação vai instalar os parquímetros, mas a operacionalização de todo o sistema será de responsabilidade da prefeitura, através dos guardas municipais de trânsito. O segundo, diz respeito ao percentual mínimo inicial de retorno previsto no projeto para o processo de licitação, que é de 15% do faturamento bruto. O parlamentar disse que esse é um percentual inicial muito baixo, e que dessa forma o município corre o risco de que as propostas apresentadas pelas interessadas não ultrapassem 20% de retorno para os cofres municipais. Segundo dados levantados pela sua assessoria junto à EPTC, em Porto Alegre, no mês de dezembro o retorno para a prefeitura da capital, em relação ao estacionamento rotativo do centro da cidade foi de 36,08%, e lá a empresa contrata os funcionários para a operacionalização do sistema. E em terceiro e último, Glauber destaca o número de vagas oferecidas (1.061), que seriam em um volume muito grande, abrangendo uma área que iria da Silveira Martins à Andradas, envolvendo as transversais da Sete de Setembro a João Pessoa. “São praticamente um quarto de todas as vagas oferecidas em estacionamento pago no centro de Porto Alegre”.
O vereador estuda com sua assessoria se irá emendar a matéria ou rejeitá-la de conjunto, uma vez que deverá ser levada à votação, em Sessão Extraordinária, já na próxima semana. “Com o conteúdo que o projeto foi apresentado, posso afirmar com toda a tranqüilidade que seria um péssimo negócio ao município e à nossa comunidade. É lesivo ao poder público e ao bolso da população. Somente seria um excelente negócio para a empresa vencedora da licitação. É inacreditável que uma proposta dessas seja encaminhada pelo governo municipal para análise do poder legislativo” – disse.


Se implantado, o projeto prevê os valores de R$ 0,60 para trinta minutos, R$ 1,20 para sessenta minutos, R$ 1,80 para noventa minutos, R$ 5,00 para horário excedido no ticket e R$ 10,00 por falta de ticket.
- Wainer "dinovo" é aquele que uniu o PSBeto com o esgoto Demo-Tucano pra seguir dando as cartas no Rincão do Atraso.
- Ele "dinovo" conseguiu eleger um antigo desafeto Tucano, hoje companheiro como presidente (?) da casa da m...
- Aliás a referida casa sofre com uma crise crônica de identidade.
- Segundo alguns é a casa do povo.
- Parece mais a casa de alguns.
- Wainer "dinovo" vai atropelar o legeslativo(?) e enfiar goela abaixo mais um tributo no lombo do povo.
- Ele é assim.
- Os que ele não consegue expulsar pelo desemprego, acabam pagando tributo dobrado.
- Viva o Rincão do atraso
- Viva a sociedade governada pelos Demos-socialistas-Tucanos.
A tartufagem fronteiriça, os brancos de olhos azuis e os botas cagadas ainda vão erguer uma estátua para ele
"Dinovo".
Ô raça.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Incompetência Santanense

Calma, calma aí pessoal. Não estou chamando ninguém de incompetente, quem diz isso é um dos jornais (?) da cidade, também conhecido como “Panfleto da Tamandaré”.


-A suposta incompetência está estampada no editorial de ontem do “Panfleto”.

-Via de regra, é a opinião do “Panfleto” e de seus proprietários.

-Vocês devem estar imaginando: O Panfleto saiu do armário, caiu na realidade.

-Nada disso.

-É mais um daqueles editoriais que te levam do nada para lugar nenhum.

-O “Panfleto” , em sua infinita bondade e ingenuidade editorial sugere a união dos “irresponsáveis” santanenses para unirem-se politicamente (fácil assim).

-Esqueçam os partidos políticos e elejam alguém da cidade.

-Façam um acordo.

-Ignorem as siglas.

-Olvida-se o panfleto que estar filiado a algum partido politico é condição sine quanon para ser votado.

-Não se disputa eleição pelo pseudo Partido de Santana.
-O "Panfleto" quer que você pense que partido político é tudo igual.
- Que todos os governos são iguais aos de Yeda "a louca".
- A mesma Yeda "a louca" que dias atrás elogiou o "Panfleto", num artigo de quinta (categoria).
-O editorial é outra piada pronta amigo (a) leitor(a).

-Sabe em que influenciará sua vida á opinião do panfleto?

-Em nada.

-Absolutamente nada.

-Publico abaixo o editorial do “Panfleto”, para que você leia e se delicie com a intelectualidade fronteiriça e tartufa.
-Tente Compreender e depois ria.
 
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Editorial - sexta feira, 15 de janeiro de 2010
 
Incompetência santanense


É incrível o quanto Sant' Ana do Livramento é incompetente. Não que isso seja um impropério, esbravado, lançado com a finalidade de ofender esse ou aquele. Livramento registra incompetência a cada quatro anos quando repete-se pelas ruas: "falta lideranças", "não dá para confiar em ninguém", "cada um tem o político que merece" , ou a caminho das urnas, no dia da eleição: "vou votar só para assinar o título", "são todos ladrões", "só querem se arrumar".



A Livramento não compete julgar, pois, nas eleições provém dela própria que ela elege, salvo, claro os para-quedistas que, com promessas, dinheiro, alguma doação, um sopão, um churrasco, pagando uma conta de luz, conseguem alguns votinhos que os ajudam a ocupar um banco na AL ou no Congresso Nacional.



Enquanto isso, os nomes daqui, originários no não entendimento - ou seja, não conseguem se entender a ponto de fazer com que um santanense ocupe uma vaga na Câmara Federal e outro na Assembléia. Vale recordar. São mais de 50 mil votos. Insuficientes para eleger um estadual e um federal?



Realmente, não compete a Livramento a possibilidade de unir sua população em torno de um ou dois nomes, pois o interesse individual sempre prevaleceu acima do coletivo.



A incompetência santanense é, por certo, a principal irresponsável a prejudicar o desenvolvimento a partir da não representatividade político-partidária. Por óbvio, depreende-se: deputado, federal ou estadual, digno de depurar o pensamento local, não houve até agora, pois prevalece a premissa de que todos os políticos são iguais.



As eleições de 2010 começaram. Sim. Agora, em janeiro, bem no início do ano, enquanto a signficativa maioria permanece aguardando, aqueles a quem compete escolher, sequer se importam com o amanhã.



O quão incompetente é o pensamento... O dia em que o cidadão perceber que compete a ele mudar o condicional, o status quo, por certo, ciente de suas competências como munícipe, agirá, deixando a zona de conforto do esperar.



Mas, até lá... Quanta incompetência, santanense!


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Rico não vai em cana. Viva o Brasil!




O jornal nacional de ontem a noticiou o congelamento do investigação sobre a Camargo Corrêa pelo corajoso Juiz Fausto De Sanctis de forma singular.


Depois que o repórter César Tralli saiu do ar, Renata Vasconcelos leu numa “nota pé” para relacionar todas as formas de “congelamento” a que foram submetidas as ações que o corajoso Fausto De Sanctis empreendeu para botar rico na cadeia.

Clique aqui para ir ao jornal nacional.

Deu a impressão de que corajoso De Sanctis não acerta uma.

Todas as investigações dele são um desastre: Corinthians, Satiagraha e Camargo Corrêa.

Que juizinho de quinta !

Na verdade, trata-se de um juiz que tem uma peculiaridade.

Ele põe rico na cadeia.

E, como se sabe, o Código Penal no Brasil foi feito para tirar rico da cadeia.

Não serve para botar – só para tirar.

E o PiG (*), ou seja, o jornal nacional, reproduz isso com a suavidade elegante da Renata Vasconcelos: que loucura esse De Santcis.

De Sanctis tem a mania de querer botar rico na cadeia.

Onde ele pensa que está ?

Numa democracia ?

Que absurdo !


Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada




quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Comissão da verdade: Não é hora de transigir

É fundamental que o capuz que protegeu o arbítrio seja rasgado pela democracia. Há um espaço social que se abre. Deixar de ocupá-lo, sob qualquer pretexto, não é apenas um erro tático, mas uma injustificável apologia da inércia.


Gilson Caroni Filho
São conhecidos os setores da sociedade brasileira que reagiram negativamente às propostas contidas no 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, divulgado há três semanas pelo governo. A gritaria engloba a grande imprensa corporativa, segmentos conservadores da Igreja Católica, além de ilustres representantes do latifúndio. Todas essas forças e personalidades compreenderam lucidamente, de acordo com seus interesses, que o objetivo do texto não era o alardeado revanchismo contra os militares, mas a fixação de diretrizes que consolidam avanços democráticos. E é contra isso que se debatem, através de suas entidades representativas e de uma imprensa que vê no jornalismo decente o anátema mais temido.

A criação da Comissão de Verdade e Reconciliação para investigar os crimes da ditadura militar no Brasil não pode ser entendida como precipitação de uma “esquerda radicalizada". Sem se intimidar com pressões estreladas, a proposta tem como principal mérito estabelecer, no papel, a diferença entre combate e covardia, entre a verdade e a mentira. Com uma transparência antes inalcançada a questão democrática revela-se inextricavelmente entrelaçada ao resgate da memória histórica.
Longe de representar uma rachadura no núcleo progressista do governo, a postura da secretaria dos Direitos Humanos configura uma linha de comportamento político-ideológico coerente, corajoso e responsável. Não há por que recuar por conta de uma possível contaminação eleitoral, pela associação da iniciativa com a candidatura da ministra Dilma Rousseff. Não há imagem arranhada quando os procedimentos são nítidos e cristalinos. Como depende de produção legislativa para ser efetivado, o Plano, em toda sua larga extensão, não é um pacote jogado sobre as instituições. Mas um rico apanhado sobre as demandas efetivas da sociedade civil. Mais democrático, impossível.
Publicamente a cidadania se confronta com um fato: não se constrói democracia com ”prestativas" notas de clubes militares. Não é possível a eterna conciliação em uma arquitetura engenhosa e heterogênea como a que foi montada no governo Lula. Chega a hora da apresentação da fatura e, em momentos decisivos, é preciso firmeza para ratificar o combate de uma esquerda que se caracterizou por sua luta no pantanoso terreno dos direitos cívicos plenos. Se a verdade não é bem-vinda para direita, não há que se sufocá-la por um perdão decretado como "amplo, geral e irrestrito" O realismo político não pode prescindir da arte de se reinventar.
No calor do enfrentamento, duas propostas voltam a moldar o debate. A primeira defende que o campo democrático-popular deve escamotear sua busca pela verdade, postergando-a para quando as “condições o permitirem". Essa é uma proposta capitulacionista. Não enfrenta o problema real de uma sociedade que se quer ver livre de um arcabouço legal arbitrário e anacrônico. Além disso, tem um viés marcadamente golpista, ao procurar manipular e instrumentalizar o movimento democrático, sugerindo que, passados mais de 26 anos, as questões centrais da democracia brasileira devem permanecer em uma obscura clandestinidade.
Como escreveu Mino Carta, “é da natureza da tortura, portanto, que o torturador e o Estado que acoberta a tortura sejam levados a mentir". Em janeiro de 2010, em face das situações concretas colocadas pelo processo político, é fundamental que o capuz que protegeu o arbítrio seja rasgado pela democracia. Há um espaço social que se abre. Deixar de ocupá-lo, sob qualquer pretexto, não é apenas um erro tático, mas uma injustificável apologia da inércia. Não se constroem instituições democráticas, pluralistas, livres e participativas cortejando quem pretende destruí-las.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil





segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lixo fronteiriço


Como prometido, estou voltando aos teclados a partir de hoje e obrigado a falar sobre temas velhos, demandas antigas e soluções inatingíveis.

Já algum tempo distante da fronteira, (exceto finais de semana), sem poder acompanhar o dia a dia politico(?) e administrativo (?) do Rincão do atraso, sem poder ouvir os “fiteiros” do PIG fronteiriço e tampouco ler os editoriais bovinos do panfleto, vou distribuir minha energia e o meu tempo para o cenário estadual e nacional, evidentemente que sempre teremos espaço para nossa querência, mesmo sem muita ênfase.
Acompanhando os noticiários e meus companheiros blogueiros na fronteira, vejo que o que mais está bombando em Livramento, é o lixo.

Todos eles.

Orgânico.

Politico.

Sólido.

Administrativo.

Acumulado.

A coleta do referido, ou mesmo o não recolhimento.

A taxa do referido.

O preço do desgraçado do lixo.

Dinheiro que vai para o “lixo”

Ou vai para...(?)

A solução para o lixo, esta muito assemelhada ás minhas idas e vindas para a fronteira.

Ou seja, contratação emergencial.

O caradurismo de apresentarem dois caminhões para coletar lixo de mais de 80 mil pessoas, extrapolou qualquer limite.

O Panfleto da Tamandaré não deve ter opinião sobre isso.

O prefeito “Wainer dinovo” tampouco.

E a câmara de Vereadores(?) nunca teve.

A sorte é que a população do Rincão do Atraso continua diminuindo.

Aliás, fugindo.

Eu, pela enésima vez fiz isso. Entretanto, não será a última.


sábado, 9 de janeiro de 2010

Retornando



Olá amigos (as), depois de uma pausa breve no Blog, estarei retomando nosso diálogo e as costumeiras postagens a partir de segunda feira. Desculpo-me com a meia duzia de amigos e leitores que ainda aportam neste espaço. As demandas foram tantas neste final de ano que foi impossivel, inclusive, roubar texto alheio.
Não é nada, não é nada.
Estamos reassumindo o posto.