Agronegócio quer devastar mais e mais
Na próxima terça-feira, dia 1º de junho, nossas florestas irão sofrer um ataque perigoso. Deputados da famigerada bancada ruralista estão tentando destruir o nosso Código Florestal, buscando reduzir dramaticamente as áreas protegidas, incentivando o desmatamento e os crimes ambientais.
O que é mais revoltante, é que os responsáveis por revisar essa importante lei são justamente os ruralistas representantes do grande agronegócio. É como deixar a raposa cuidando do galinheiro.
Há um verdadeiro risco da Câmara aprovar a proposta ruralista – mas existem também alguns deputados que defendem o Código e outros estão indecisos. Nos próximos dias, uma grande mobilização contra tentativas de alterar o Código, pode ganhar o apoio dos indecisos.
Enquanto o mundo todo defende a proteção do meio ambiente, um grupo de deputados está fazendo exatamente o contrário: entregando de mão beijada as nossas florestas para os maiores responsáveis pelo desmatamento do Cerrado e da Amazônia. Eles querem simplesmente garantir a expansão dos latifúndios, quando na verdade uma revisão do Código deveria fortalecer as proteções ao meio ambiente e apoiar pequenos produtores e o extrativismo sustentável.
As propostas devastadoras incluem:
- Reduzir a Reserva Legal na Amazônia de 80% para 50%
- Reduzir as Áreas de Preservação Permanente como margens de rios e lagoas, encostas e topos de morro
- Anistia aos crimes ambientais, sem exigir o reflorestamento da área devastada
- Transferir a legislação ambiental para a esfera estadual e municipal, removendo o controle federal e facilitando decisões que favoreçam o agronegócio e a devastação dos biomas
Essa não é uma disputa entre ambientalismo versus desenvolvimento econômico, um estudo recente mostra que o Brasil ainda tem 100 milhões de hectares de terra disponíveis para a agricultura, sem ter que desmatar um único hectare da Amazônia.
A proteção das florestas e comunidades rurais dependem do Código Florestal, assim como a prevenção das mudanças climáticas e a luta contra a desigualdade do campo.
Repescado do Combativo sociólogo Cristóvão Feil no Diário Gauche
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