Cai mais uma mentira da impostura neoliberal
Novo levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que a participação do emprego público é pequena no Brasil. O percentual de servidores entre o total de ocupados não chega a 11% e não chega a 6% se comparado a toda a população.
Segundo o estudo, "Emprego Público no Brasil: Comparação Internacional e Evolução Recente", publicado no portal do Ipea, não há razão para se afirmar que o Estado brasileiro seja um Estado "inchado" por um suposto excesso de funcionários públicos.
Comparando-se com o total de ocupados, o Brasil tem menos servidores que todos os parceiros do Mercosul, fica atrás de países como Estados Unidos, Espanha, Alemanha e Austrália e muito atrás de Dinamarca, Finlândia e Suécia.
"Mesmo nos EUA, a mais importante economia capitalista, caracterizada pelo seu caráter 'privatista' e pelo seu elevado contingente de postos de trabalho no setor privado,o peso do emprego público chega a 15% dos ocupados", revela o estudo.
Nas conclusões, o documento afirma que "o atual contexto de crise, em especial, é justamente o momento para se discutir o papel que pode assumir o emprego público na sociedade brasileira. Os indicadores não revelam 'inchaço' do Estado brasileiro, quer seja sob o ponto de vista de sua comparação com o tamanho da população ou com relação ao mercado de trabalho nacional. Existe espaço para a criação de ocupações emergenciais no setor público brasileiro, especialmente nas áreas mais afetadas pelo desemprego, ou seja, o emprego público - mesmo que em atividades temporárias - poderia servir como um instrumento contracíclico (certamente não suficiente para compensar todos os postos de trabalho que serão eliminados no setor privado) pelo menos enquanto durarem os efeitos da retração econômica mundial sobre a economia brasileira".
Leia (e guarde) o estudo comparativo do Ipea aqui (em pdf). Tem 17 páginas.
...........................
Quando se lê estudos como esse do Ipea, logo se compreende o motivo da grita da direita quando em 2007 assumiu a presidência da entidade pública federal o economista Marcio Pochmann. O Ipea estava contaminado pela presença de pesquisadores de outras origens e tinham o objetivo de sustentar o pensamento hegemônico com dados, indicadores e estudos “científicos”.
Uma das linhas perseguidas foi essa: a de minar e enfraquecer o Estado para que este fosse presa fácil do pragmatismo neoliberal de predação ao setor público. Só interessava o chamado “Estado mínimo”, um verdadeiro bordão que ornamentava dez entre dez discursos do patronato brasileiro, da mídia oligárquica e mesmo setores de esquerda convertidos à religião do mercado inevitável.
Hoje, esse mundo se desmancha no ar e tudo que foi sagrado está sendo profanado por dentro do sistema.
O Estado brasileiro é muito pequeno para dar conta dos desafios impostos pela sociedade da mercadoria. Para qualquer lado que se olhe, hoje, falta a intervenção pública para constituir políticas, impor decisões não-privadas, alargar os espaços democráticos, reduzir a influência das oligarquias parasitárias, aumentar a participação e a influência das multidões, e planejar de forma sustentável o futuro do nosso desenvolvimento.
Aumentar e qualificar o Estado brasileiro é uma condição imprescindível para o resgate da nossa imensa dívida social – talvez a maior do mundo.
via diario gauche
Segundo o estudo, "Emprego Público no Brasil: Comparação Internacional e Evolução Recente", publicado no portal do Ipea, não há razão para se afirmar que o Estado brasileiro seja um Estado "inchado" por um suposto excesso de funcionários públicos.
Comparando-se com o total de ocupados, o Brasil tem menos servidores que todos os parceiros do Mercosul, fica atrás de países como Estados Unidos, Espanha, Alemanha e Austrália e muito atrás de Dinamarca, Finlândia e Suécia.
"Mesmo nos EUA, a mais importante economia capitalista, caracterizada pelo seu caráter 'privatista' e pelo seu elevado contingente de postos de trabalho no setor privado,o peso do emprego público chega a 15% dos ocupados", revela o estudo.
Nas conclusões, o documento afirma que "o atual contexto de crise, em especial, é justamente o momento para se discutir o papel que pode assumir o emprego público na sociedade brasileira. Os indicadores não revelam 'inchaço' do Estado brasileiro, quer seja sob o ponto de vista de sua comparação com o tamanho da população ou com relação ao mercado de trabalho nacional. Existe espaço para a criação de ocupações emergenciais no setor público brasileiro, especialmente nas áreas mais afetadas pelo desemprego, ou seja, o emprego público - mesmo que em atividades temporárias - poderia servir como um instrumento contracíclico (certamente não suficiente para compensar todos os postos de trabalho que serão eliminados no setor privado) pelo menos enquanto durarem os efeitos da retração econômica mundial sobre a economia brasileira".
Leia (e guarde) o estudo comparativo do Ipea aqui (em pdf). Tem 17 páginas.
...........................
Quando se lê estudos como esse do Ipea, logo se compreende o motivo da grita da direita quando em 2007 assumiu a presidência da entidade pública federal o economista Marcio Pochmann. O Ipea estava contaminado pela presença de pesquisadores de outras origens e tinham o objetivo de sustentar o pensamento hegemônico com dados, indicadores e estudos “científicos”.
Uma das linhas perseguidas foi essa: a de minar e enfraquecer o Estado para que este fosse presa fácil do pragmatismo neoliberal de predação ao setor público. Só interessava o chamado “Estado mínimo”, um verdadeiro bordão que ornamentava dez entre dez discursos do patronato brasileiro, da mídia oligárquica e mesmo setores de esquerda convertidos à religião do mercado inevitável.
Hoje, esse mundo se desmancha no ar e tudo que foi sagrado está sendo profanado por dentro do sistema.
O Estado brasileiro é muito pequeno para dar conta dos desafios impostos pela sociedade da mercadoria. Para qualquer lado que se olhe, hoje, falta a intervenção pública para constituir políticas, impor decisões não-privadas, alargar os espaços democráticos, reduzir a influência das oligarquias parasitárias, aumentar a participação e a influência das multidões, e planejar de forma sustentável o futuro do nosso desenvolvimento.
Aumentar e qualificar o Estado brasileiro é uma condição imprescindível para o resgate da nossa imensa dívida social – talvez a maior do mundo.
via diario gauche
Nenhum comentário:
Postar um comentário