Considerando que estamos novamente em ano eleitoral no
Brasil, que as alianças promiscuas imperam entre siglas e o pragmatismo é que coordena
as ações políticas, é reconfortante a vitória de François Holande, na França.
Duplamente, principalmente porque ele é identificado ideologicamente. As manchetes desde ontem são: "O
Socialista Holande" venceu as eleições. Não obstante, Nicolas Sarkozy é,
se define e, é considerado um neoliberal e Marine Le Pen que disputou o primeiro turno
das eleições francesas é assumidamente de "extrema direita". Le Pen,
quando ficou fora do segundo turno das eleições, sentenciou; Não voto e não
faço campanha pra nenhum dos dois (Sarkozy/Holande). Depois da vitória de
Holande, Le Pen deu mais uma alfinetada e jogou no colo de Sarkozy a culpa pela
vitória dos socialistas franceses. Entretanto, no Brasil de hoje é praticamente
impossível você classificar "socialistas". Não vejo nenhum partido
socialista no Brasil. E aqueles que se denominam, não o são. Aliás, no exemplo
acima, Holande e Le Pen se formassem uma
dobradinha de apoios, seria algo defensável e praticado no Brasil. Pipocam
exemplos de coligações de partidos ditos, socialistas com partidos de direita e
extrema direita, Brasil afora. A prostituição programática chegou a tal nível
no calendário eleitoral brasileiro, que se tornou comum ver alianças entre
torturados e torturadores, escravos com senhores da casa grande. Infelizmente
este cenário decadente da política brasileira é mantida e apoiada pela maioria
dos políticos detentores de mandatos e alguns partidos políticos. Pra estes, a "Reforma
Política" que passeia de braço em braço por mais de 10 anos no Congresso,
continuará lá. Adormecida.
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