sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Auditoria aponta que governos de SP, DF, MG e RS usaram recursos do SUS para fazer ajuste fiscal


Remédios por juros
Sem alarde e com um grupo reduzido de técnicos, coube a um pequeno e organizado órgão de terceiro escalão do Ministério da Saúde, o Departamento Nacional de Auditorias do Sistema Único de Saúde (Denasus), descobrir um recorrente crime cometido contra a saúde pública no Brasil. Em três dos mais desenvolvidos e ricos estados do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos governados pelo PSDB, e no Distrito Federal, durante a gestão do DEM, os recursos do SUS têm sido aplicados, ao longo dos últimos quatro anos, no mercado financeiro.

A manobra serviu aparentemente para incrementar programas estaduais- de choques de gestão, como manda a cartilha liberal, e políticas de déficit zero, em detrimento do atendimento a uma população estimada em 74,8 milhões de habitantes. O Denasus listou ainda uma série de exemplos de desrespeito à Constituição Federal, a normas do Ministério da Saúde e de utilização ilegal de verbas do SUS em outras áreas de governo. Ao todo, o prejuízo gerado aos sistemas de saúde desses estados passa de 6,5 bilhões de reais, sem falar nas consequências para seus usuários, justamente os brasileiros mais pobres.

As auditorias, realizadas nos 26 estados e no DF, foram iniciadas no fim de março de 2009 e entregues ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em 10 de janeiro deste ano. Ao todo, cinco equipes do Denasus percorreram o País para cruzar dados contábeis e fiscais com indicadores de saúde. A intenção era saber quanto cada estado recebeu do SUS e, principalmente, o que fez com os recursos federais. Na maioria das unidades visitadas, foi constatado o não cumprimento da Emenda Constitucional nº 29, de 2000, que obriga a aplicação em saúde de 12% da receita líquida de todos os impostos estaduais. Essa legislação ainda precisa ser regulamentada.

Ao analisar as contas, os técnicos ficaram surpresos com o volume de recursos federais do SUS aplicados no mercado financeiro, de forma cumulativa, ou seja, em longos períodos. Legalmente, o gestor dos recursos é, inclusive, estimulado a fazer esse tipo de aplicação, desde que antes dos prazos de utilização da verba, coisa de, no máximo, 90 dias. Em Alagoas, governado pelo também tucano Teotônio Vilela Filho, o Denasus constatou operações semelhantes, mas sem nenhum prejuízo aos usuários do SUS. Nos casos mais graves, foram detectadas, porém, transferências antigas de recursos manipulados, irregularmente, em contas únicas ligadas a secretarias da Fazenda. Pela legislação em vigor, cada área do SUS deve ter uma conta específica, fiscalizada pelos Conselhos Estaduais de Saúde, sob gestão da Secretaria da Saúde do estado.

O primeiro caso a ser descoberto foi o do Distrito Federal, em março de 2009, graças a uma análise preliminar nas contas do setor de farmácia básica, foco original das auditorias. No DF, havia acúmulo de recursos repassados pelo Ministério da Saúde desde 2006, ainda nas gestões dos governadores Joaquim Roriz, então do PMDB, e Maria de Lourdes Abadia, do PSDB. No governo do DEM, em vez de investir o dinheiro do SUS no sistema de atendimento, o ex-secretário da Saúde local Augusto Carvalho aplicou tudo em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Em março do ano passado, essa aplicação somava 238,4 milhões de reais. Parte desse dinheiro, segundo investiga o Ministério Público Federal, pode ter sido usada no megaesquema de corrupção que resultou no afastamento e na prisão do governador José Roberto Arruda.

Essa constatação deixou em alerta o Ministério da Saúde. As demais equipes do Denasus, até então orientadas a analisar somente as contas dos anos 2006 e 2007, passaram a vasculhar os repasses federais do SUS feitos até 2009. Nem sempre com sucesso. De acordo com os relatórios, em alguns estados como São Paulo e Minas os dados de aplicação de recursos do SUS entre 2008 e 2009 não foram disponibilizados aos auditores, embora se tenha constatado o uso do expediente nos dois primeiros anos auditados (2006-2007). Na auditoria feita nas contas mineiras, o Denasus detectou, em valores de dezembro de 2007, mais de 130 milhões de reais do SUS em aplicações financeiras.

O Rio Grande do Sul foi o último estado a ser auditado, após um adiamento de dois meses solicitado pelo secretário da Saúde da governadora tucana Yeda Crusius, Osmar Terra, do PMDB, mesmo partido do ministro Temporão. Terra alegou dificuldades para enviar os dados porque o estado enfrentava a epidemia de gripe suína. Em agosto, quando a equipe do Denasus finalmente desembarcou em Porto Alegre, o secretário negou-se, de acordo com os auditores, a fornecer as informações. Não permitiu sequer o protocolo na Secretaria da Saúde do ofício de apresentação da equipe. A direção do órgão precisou recorrer ao Ministério Público Federal para descobrir que o governo estadual havia retido 164,7 milhões de recursos do SUS em aplicações financeiras até junho de 2009.

O dinheiro, represado nas contas do governo estadual, serviu para incrementar o programa de déficit zero da governadora, praticamente único argumento usado por ela para se contrapor à série de escândalos de corrupção que tem enfrentado nos últimos dois anos. No início de fevereiro, o Conselho Estadual de Saúde gaúcho decidiu acionar o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas do Estado e a Assembleia Legislativa para apurar o destino tomado pelo dinheiro do SUS desde 2006.

Ainda segundo o relatório, em 2007 o governo do Rio Grande do Sul, estado afetado atualmente por um surto de dengue, destinou apenas 0,29% dos recursos para a vigilância sanitária. Na outra ponta, incrivelmente, a vigilância epidemiológica recebeu, ao longo do mesmo ano, exatos 400 reais do Tesouro estadual. No caso da assistência farmacêutica, a situação ainda é pior: o setor não recebeu um único centavo entre 2006 e 2007, conforme apuraram os auditores do Denasus.

Com exceção do DF, onde a maioria das aplicações com dinheiro do SUS foi feita com recursos de assistência farmacêutica, a maior parte dos recursos retidos em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul diz respeito às áreas de vigilância epidemiológica e sanitária, aí incluído o programa de combate à Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Mas também há dinheiro do SUS no mercado financeiro desses três estados que deveria ter sido utilizado em programas de gestão de saúde e capacitação de profissionais do setor.

Informado sobre o teor das auditorias do Denasus, em 15 de fevereiro, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Júnior, colocou o assunto em pauta, em Brasília, na terça-feira 23. Antes, pediu à Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, à qual o Denasus é subordinado, para repassar o teor das auditorias, em arquivo eletrônico, para todos os 48 conselheiros nacionais. Júnior quer que o Ministério da Saúde puna os gestores que investiram dinheiro do SUS no mercado financeiro de forma irregular. "Tem muita coisa errada mesmo."

No caso de São Paulo, a descoberta dos auditores desmonta um discurso muito caro ao governador José Serra, virtual candidato do PSDB à Presidência da República, que costuma vender a imagem de ter sido o mais pródigo dos ministros da Saúde do País, cargo ocupa-do por ele entre 1998 e 2000, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo dados da auditoria do Denasus, dos 77,8 milhões de reais do SUS aplicados no mercado financeiro paulista, 39,1 milhões deveriam ter sido destinados a programas de assistência farmacêutica, 12,2 milhões a programas de gestão, 15,7 milhões à vigilância epidemiológica e 7,7 milhões ao combate a DST/Aids, entre outros programas.

Ainda em São Paulo, o Denasus constatou que os recursos federais do SUS, tanto os repassados pelo governo federal como os que tratam da Emenda nº 29, são movimentados na Conta Única do Estado, controlada pela Secretaria da Fazenda. Os valores são transferidos imediatamente para a conta, depois de depositados pelo ministério e pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de Transferência Eletrônica de Dados (TED). "O problema da saúde pública (em São Paulo) não é falta de recursos financeiros, e, sim, de bons gerentes", registraram os auditores.

Pelos cálculos do Ministério da Saúde, o governo paulista deixou de aplicar na saúde, apenas nos dois exercícios analisados, um total de 2,1 bilhões de reais. Destes, 1 bilhão, em 2006, e 1,1 bilhão, em 2007. Apesar de tudo, Alckmin e Serra tiveram as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. O mesmo fenômeno repetiu-se nas demais unidades onde se constatou o uso de dinheiro do SUS no mercado financeiro. No mesmo período, Minas Gerais deixou de aplicar 2,2 bilhões de reais, segundo o Denasus. No Rio Grande do Sul, o prejuízo foi estimado em 2 bilhões de reais.

CartaCapital solicitou esclarecimentos às secretarias da Saúde do Distrito Federal, de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Em Brasília, em meio a uma epidemia de dengue com mais de 1,5 mil casos confirmados no fim de fevereiro, o secretário da Saúde do DF, Joaquim Carlos Barros Neto, decidiu botar a mão no caixa. Oriundo dos quadros técnicos da secretaria, ele foi indicado em dezembro de 2009, ainda por Arruda, para assumir um cargo que ninguém mais queria na capital federal. Há 15 dias, criou uma comissão técnica para, segundo ele, garantir a destinação correta do dinheiro do SUS para as áreas originalmente definidas. "Vamos gastar esse dinheiro todo e da forma correta", afirma Barros Neto. "Não sei por que esses recursos foram colocados no mercado financeiro."

O secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Osmar Terra, afirma jamais ter negado atendimento ou acesso à documentação solicitada pelo Denasus. Segundo Terra, foram os técnicos do Ministério da Saúde que se recusaram a esperar o fim do combate à gripe suí-na no estado e se apressaram na auditoria. Mesmo assim, garante, a equipe de auditores foi recebida na Secretaria Estadual da Saúde. De acordo com ele, o valor aplicado no mercado financeiro encontrado pelos auditores, em 2009, é um "retrato do momento" e nada tem a ver com o fluxo de caixa da secretaria. Terra acusa o diretor do Denasus, Luís Bolzan, de ser militante político do PT e, por isso, usar as auditorias para fazer oposição ao governo. "Neste ano de eleição, vai ser daí para baixo", avalia.

Em nota enviada à redação, a Secretaria da Saúde de Minas Gerais afirma estar regularmente em dia com os instrumentos de planejamento do SUS. De acordo com o texto, todos os recursos investidos no setor são acompanhados e fiscalizados por controle social. A aplicação de recursos do SUS no mercado financeiro, diz a nota, é um expediente "de ordem legal e do necessário bom gerenciamento do recurso público". Lembra que os recursos de portarias e convênios federais têm a obrigatoriedade legal da aplicação no mercado financeiro dos recursos momentaneamente disponíveis.

Também por meio de uma nota, a Secretaria da Saúde de São Paulo refuta todas as afirmações constantes do relatório do Denasus. Segundo o texto, ao contrário do que dizem os auditores, o Conselho Estadual da Saúde fiscaliza e acompanha a execução orçamentária e financeira da saúde no estado por meio da Comissão de Orçamento e Finanças. Também afirma ser a secretaria a gestora dos recursos da Saúde. Quanto ao investimento dos recursos financeiros, a secretaria alega cumprir a lei, além das recomendações do Tribunal de Contas do Estado. "As aplicações são referentes a recursos não utilizados de imediato e que ficariam parados em conta corrente bancária." A secretaria também garante ter dado acesso ao Denasus a todos os documentos disponíveis no momento da auditoria.

Por Leandro Fortes na Carta Capital

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quem era terrorista?

À falta de outros argumentos e propostas, com um mínimo de consistência, os opositores reiteram a imagem de “terrorista” de Dilma.


Quem era terrorista: a ditadura militar ou os que lutávamos contra ela? Dilma estava entre estes, o senador José Agripino (do DEM, ex-PFL, ex-Arena, partido da ditadura militar), entre os outros.

O golpe militar de 1964, apoiado por toda a imprensa (com exceção da Última Hora, que recebeu todo o peso da repressão da ditadura), rompeu com a democracia, a destruiu em todos os rincões do Brasil, e instaurou um regime de terror – que depois se propagou por todo o cone sul do continente, seguindo seu “exemplo”.

Diante do fechamento de todo espaço possível de luta democrática, grandes contingentes de jovens passaram à clandestinidade, apelando para o direito de resistência contra as tiranias, direito e obrigação reconhecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Enquanto nos alinhávamos do lado da luta de resistência democrática contra a ditadura, os proprietários das grandes empresas de comunicação – entre eles os Frias, os Marinhos, os Mesquitas -, os políticos que apoiavam a ditadura – agrupados na Arena, depois PFL, agora DEM, como, entre tantos outros, o senador José Agripino –, grandes empresários nacionais e estrangeiros, se situavam do lado da ditadura, do regime de terror, da tortura, dos seqüestros, dos fuzilamentos, das prisões arbitrárias, da liquidação da democracia.

Quem era terrorista? Os que lutavam contra a ditadura ou os que a apoiavam? Os que davam a vida pela democracia ou os que se enriqueciam à sombra da ditadura e da repressão? Os que apoiavam e financiavam a OBAN ou aqueles que, detidos arbitrariamente, eram vitimas da tortura nas suas dependências, fuzilados, desaparecidos?

Quem era terrorista? José Agripino ou Dilma? Os militares que destruíram a democracia ou os que a defendiam? Quem usava a picanha elétrica, o pau-de-arara, contra pessoas amarradas, ou quem lutava, na clandestinidade, contra as forças repressivas? Quem era terrorista: Iara Iavelberg ou Sergio Fleury? Quem estava do lado da Iara ou quem estava do lado do Fleury? Dilma ou Agripino? Quem estava na resistência democrática ou quem, por ação ou por omissão, estava do lado da ditadura do terror?

Por Emir Sader

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Lula dá de 10 a 0 em FHC


Como o PiG(*) está muito aflito e começou a acreditar nos números que o FHC colheu numa cerimônia de voodoo, o Conversa Afiada republica singela tabelinha que compara os anos cinzentos de um com os anos ensolarados de outro :




sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Por que o PSDB não faz um programa comparando FHC com Lula?


Vou lançar aqui no Blog um desafio aos Tucanos de todo o País. Que tal o PSDB fazer um programa político, e mostrar em todas as emissoras de rádio e Televisão deste pais, comparando os 8 (oito) anos de Fernando Henrique Cardoso e 8 (oito) anos de Lula.


Vou tentar ajudar. Para isso basta que os Tucanos informem em números alguns pequenos dados:

- Quantas Universidades foram construídas por FHC e por Lula?

- Quantos Centros Tecnológicos?

- Quantos Km foram feitos na Ferrovia Norte e Sul?

- Quantos concursos públicos foram realizados?

- Qual a valorização do salário mínimo no período?

- Quantos empregos foram criados?

- Quanto foi o aumento de salário real dado aos funcionários públicos e aposentados no período?

- Quantos Km de saneamento básico foi feito?

- Quantos alunos entre 17 e 24 anos cursavam Universidades?

- Quantas casas foram construídas no período para o povo?

- Quantas famílias foram beneficiadas com o Bolsa Família ou similares?

- Quantos % do PIB foram gastos na Educação Básica e na Saúde.



Posso até começar a ajudar com alguns dados econômicos abaixo:


1 – MÉDIAS BALANÇA COMERCIAL (bilhões de US$)

- FHC (PSDB) (1995/2002): -2,442

- Lula (PT) (2003/2005): +34,420 (recorde)


2 – SUPERÁVIT COMERCIAL (bilhões de US$)

- FHC (1995/2002): -8,7 (déficit)

- Lula (2003/2005): +103,0 (superávit)

3 – RISCO-PAÍS PTS

- FHC (Jan/2002): 1.445

- Lula (Jan/2006): 290 (recorde)

4 – JUROS

- FHC (Jan/2002): 25,00%

- Lula (Jan/2006): 18,00%

5 – INFLAÇÃO

- FHC(2002): 12,5%

- Lula(2005): 5,7%

6 – DÓLAR R$

- FHC (Jan/02): 3,53

- Lula (Jan/06): 2,30

7 – RANKING DO PIB MUNDIAL (PPP) (trilhões de US$)

- FHC (2002): 1,340 -> 10º

- Lula (2004): 1,492 -> 09º

8 BOVESPA PTS

- FHC (Jan/02): 11.268

- Lula (Jan/06): 35.223 (recorde)


9 – DÍVIDA EXTERNA (bilhões de US$)

- FHC (2002): 210

- Lula (2005): 165 – E caindo mês a mês…


10 – DÍVIDA COM O FMI E COM O CLUBE DE PARIS EM DOLÁR

- FHC (2002): O governo não informou o valor da dívida.

- Lula (2005): 0,00

11 – SALÁRIO MÍNIMO (US$)

- FHC (2002): 56,50

- Lula (2005): 128,20

12 – DESEMPREGO

- FHC (2002): 12,2%

- Lula (2005): 9,6%

13 – TAXA ABAIXO DA LINHA DE PROBREZA

- FHC (2002): O governo não controlava este índice. Segundo dados,

ultrapassava os 35%.

- Lula (2004): 25,1%

14-incremento no acesso a água no semi-árido nordestino

Lula: 762 mil pessoas e 152 mil cisternas

FHC: zero


15 -Distribuição de leite no semi-árido (sistema pequeno produtor)

Lula: 3,3 milhões de brasileiros

FHC: zero


16-Áreas ambientais preservadas

Lula: incremento de 19,6 milhões de hectares (2003 a 2006)

Do ano de 1500 até 2002: 40 milhões de hectares


17 – Apoio à agricultura familiar

Lula: 7,5 bilhões (safra 2005/2006)

FHC: 2,5 bilhões (último ano de governo)

* O governo Lula investirá 10 bilhões na safra 2006/2007


18 -Compra de terras para Reforma Agrária

Lula: 2,7 bilhões (2003 a 2005)

FHC: 1,1 bilhão (1999 a 2002)


19 – Investimento do BNDES em micro e pequenas empresas:

Lula: 14,99 bilhões

FHC: 8,3 bilhões


20 – Investimentos em alimentação escolar:

Lula: 1 bilhão

FHC: 848 milhões


21 -Investimento anual em saúde básica:

Lula: 1,5 bilhão

FHC: 155 milhões


22 – Equipes do Programa Saúde da Família:

Lula: 21.609

FHC: 16.698


23 – População atendida pelo Prog. Saúde da Família:

Lula: 70 milhões

FHC: 55 milhões


24 – Porcentagem da população atendida pelo Programa Saúde da Família:

Lula: 39,7%

FHC: 31,9%


25 – Pacientes com HIV positivo atendidos pela rede pública de saúde:

Lula: 151 mil

FHC: 119 mil


26 – Juros:

Lula: 16%

FHC: 25%


27 – BOVESPA

Lula: 35,2 mil pontos

FHC: 11,2 mil pontos


28 – Dívida externa:

Lula: 165 bilhões

FHC: 210 bilhões


29 – Desemprego no país:

Lula: 9,6%

FHC: 12,2%


30 – Dívida/PIB:

Lula: 51%

FHC: 57,5%


31 – Eletrificação Rural

Lula: 3.000.000 de pessoas

FHC: 2.700 pessoas


32 – Livros gratuitos para o Ensino Médio

Lula: 7 milhões

FHC: zero

33 – Geração de Energia Elétrica

Lula: 1.567 empreendimentos em operação, gerando 95.744.495 kW de potência. Está prevista para os próximos anos uma adição de 26.967.987 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 65 empreendimentos atualmente em construção e mais 516 outorgadas.

FHC: APAGÃO

34 – Entre os anos de 2000 a 2005, as ações da Polícia Federal no combate ao crime cresceram 815%. Durante o governo do presidente Lula, a Polícia

Federal realizou 183 operações e 2.961 prisões? Uma média de 987 presos por ano. Já nos dois últimos anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foram realizadas apenas 20 operações, com a prisão de 54 pessoas, ou seja, uma média de 27 capturas por ano.


Fontes: IBGE, IBGE/Pnad (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar – desde 1994); ANEEL; Bovespa; CNI; CIESP; Ministérios Federais e Agências Reg.; SUS; CES/FGV; jornais FSP, O Globo e O Estado;

Poderia colocar aqui outros indicadores, mas acho esses básicos para serem respondidos. Agora vamos lá, quem for Tucano ou simpatizante não me ofenda, simplesmente responda as questões acima.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Carnaval em Livramento


Mesmo longe da fronteira, estou sempre bispando o que por lá acontece.

Inclusive as insanidades.

Calma, muita calma, A insanidade referida nada têm a ver com carnaval.

Algum (a) desavisado (a) pode estar se perguntando: Existe carnaval em Livramento? Lá no Rincão do Atraso?

Pois lhes digo! Existe. Inclusive foi recuperado á poucos anos por um grupo de bravos carnavalescos. Dentre eles meu amigo Dagberto Reis.

Algum gaiato deve estar dizendo o Dag está rindo dos hoje envolvidos.

Que nada. O Dag, ex presidente da Liga dos carnavalescos deve estar triste com os últimos acontecimentos.

Quais acontecimentos??

Calma, lhes conto alguns, baseado em relatos que ouvi e li.

Para os mais antigos, (de boa memória) é algo semelhante ao que aconteceu reiteradas vezes com alguns bombachudos do Rincão do atraso que vendiam suas vaquinhas para os frigoríficos e não viam a cor do dinheiro.

Algo normal, por muitos anos.

Ocorre, que segundo o que li e ouvi, inclusive na mídia do Rincão, a intenção era fazer um carnaval fora de época e “copiando” (normal no Rincão) o bate coxa de Uruguaiana, trariam para a fronteira algumas musas(?) do carnaval carioca.

Um empresário não sei de onde e com nome famoso, surge na fronteira e promete, dinheiro, celebridades e outras cositas.

Um gaiato me revelou que haviam alguns senhores (respeitados pela tartufada) dispostos a pagar uns extras para ficar téte-a-téti com a coxuda Viviane Araújo.

Olha a conversa dos gaudérios................

Ocorre que nesta semana, tudo foi agua abaixo.

Pior, o carnaval em Livramento tá bailando.

Ou melhor sambando.

Entretanto, o Panfleto da Tamandaré (mais ou menos on-line) informa que o carnaval em Livramento começará no dia 12 de março.

Não é nada, falta só um mês.

Sem as musas cariocas, sem o super-empresário, sem dinheiro e sem grande perspectivas.

Se esperassem mais um pouquinho poderia ser feito junto com a campereada.

Vá saber...

É mais uma idéia...Ou não...

Mas, sejamos otimista.

Vivemos na fronteira mais irmã do mundo, na fronteira da paz.

Onde têm mais cavalos...

Mais vacas...

Mais ovelhas...

Só não têm jericos....(quem?)

Retomando o entusiasmo momesco, ole, ole, olá.

Rivera é nossa irmã gêmea, ela não nos faltará

Rivera fará carnaval...............aposto.

Teremos murgas, candonbes, los mascaritos, cabeçudos...

Terá mais......

Tablados para el pueblo y vecinos

e de lambuja, desfile na sarandi com trios elétricos e escolas de samba.....

Batucando em español.

Coisas da vida, diria um amigo.

Não é nada, não é nada.....Livramento terá também carnaval.

Em março...

Mas, terá

Viva Sant'Ana, e se a canoa não virar, olê, olê, olá.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Lula escolhe o caça francês. Coitada da Eliane




O parceiro do futuro talvez seja o Irã

Segundo o UOL, os franceses reduziram o preço e Lula fez o que sempre quis fazer: comprou o caça francês.

Não adiantou a Folha(*) vazar o pseudo relatrório científico da Aeronática.

Não adiantou o ministro serrista Nelson Jobim fazer vistas grossas diante de tanto vazamento debaixo do seu nariz.

(Foi o serrista Jobim quem vazou a crise para criá-la.)

Não adiantou a Eliane Catanhêde defender de forma tão desprendida quanto entusiasmada a causa da empresa sueca.

No regime presidencialista, quem compra caça é o Presidente.

E o Lula fez o que bem quis.

E por quê?

Porque do ponto de vista do interesse nacional, da defesa do território nacional e dos futuros e incontornáveis projetos nucleares do Brasil, a França é, hoje, o melhor parceiro.

No futuro, talvez seja o Irã.

Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada
http://www.paulohenriqueamorim.com.br/

O AMOR NOS TEMPOS DO BIG BROTHER

Nos últimos tempos, tenho visto jovens que se agarram e se sufocam aos beijos em público. Nas filas dos supermercados, nos ônibus, nas feiras livres, em todos os lugares o amor está no ar. Até parece haver uma onda, um vagalhão de ternura que arrasta e assalta os corpos de nossos jovens. É como se uma ardente atração fizesse com que se friccionassem amorosa, irresistível e interminavelmente. Como se amam! dizemos de início. Que paixão irreprimível! dizemos mais adiante. Que despudor! dizemo-nos enfim, em silêncio.

A evidência manda dizer que somente observa jovens quem não mais é um deles. Que mal haveria na exibição da necessidade de uma pessoa que exige, urgente, outra? O escândalo que sentimos diante de tais exibições não é já manifestação de conservadorismo? Não é já, como nos diria um jovem, a expressão de uma inveja, porque não mais sentimos o ardor vital da paixão? Então nós, que não somos mais garotos, mas nem por isso alcançamos a invenção da lâmpada elétrica, respondemos. Aos poucos, como convém a nossas pausas de fôlego.

Existem paixões públicas, necessária e indissoluvelmente públicas, como a expressão do pensamento em palavras, em símbolos, em imagens, em música. Um poema, um romance, um relato, ainda que expressem a maior intimidade, que em palavras não saberíamos expressar no cotidiano, é por necessidade e realização um expressar para o mundo. Que infelicidade seria, para todos nós, os versos de Mario Benedetti cercados para sempre entre quatro paredes! Paixões assim trazem o destino de ser públicas. E elas só se realizam na medida mesmo em que se tornem conhecidas.

Diferentemente, acreditamos, das paixões dos indivíduos que se realizam neles mesmos. Que importa ao distinto público a maneira como amamos na intimidade da nossa cama? Que importa à vida de toda a gente a expulsão de humores, vale dizer, o orgasmo do nosso sexo? Se não fazemos disso a expressão de algo menos físico, que importância isso tem para todo o mundo? Um cínico nos diria, “o que é bom é para ser mostrado”. Que o beijar, o abraçar, o devorar, são atos naturais, e, portanto, ao serem mostrados, que importa? Ao que responderíamos: existem outros atos naturais, íntimos de intestinos, que nem por isso devem em público ser mostrados. Queremos dizer.

O amor tem um significado que é a própria expressão do humano. Ele se ferramenta, digamos assim, ele transforma em ferramentas a seu serviço tudo o que de bom e de mau ao longo de uma vida, inteligência e sensibilidade juntamos. O tocar das mãos, dos dedos das mãos, o viajar juntinhos, em silêncio, conversando sem palavras, não é já uma eloquência do sentimento? “Nós nos queremos”, insinuam-se os casais com um ser além até da consciência. Se o amor é tão íntimo, para quê demonstrá-lo?

A julgar pelas exteriorizações, os jovens estão cada vez mais apaixonados. Que bom! Mas nos permitam uma reflexão, esse mal da idade. Essa genuína paixão não estaria vestida do exibicionismo do Big Brother? Pois na tevê há um exibicionismo em que os indivíduos mais simplórios viram celebridades. Sob que atos? Ora, pela exibição do que fazem na cama, para toda a gente. É o próprio espetáculo do afeto. Na TV, eles não se dizem, nem têm necessidade de dizer, eu te amo. Os lençóis lhes falam, por eles. Se não há uma cama nos supermercados, que se há de fazer? Se as palavras lhes faltam, agem, com o furor das sugadas no cangote, do amassar dos seios, diante dos olhos de todo nós, numa televisão ao vivo. Nós, os grandes irmãos, nesse papel de voyeur, como um novo Monsieur Jourdain nos dizemos: “Então isso é a paixão, e eu não o sabia”.

Mas por força da distância, imaginemos esses jovens quando as dificuldades da vida baterem à porta. Imaginemo-los naquele tempo em que a doença lhes bater sem aviso e sem agenda. Pior do que tudo, imaginemo-los naquele tempo em que o fogo da paixão tiver queimado o vigor de suas melhores forças. Como reagirão? Se o amor se foi, se a paixão queimou até as cinzas, se os corpinhos sarados perderam a forma, se um beijo, num supremo esforço, não mais substitui a palavra e o sentimento amor....

“Ah, tu vai pensar nisso, é?”, eles podem nos responder. “Era só o que faltava ...esse final num tá no Big Brother”.
por Urariano Mota, no Direto da Redação