sexta-feira, 29 de maio de 2009

Da série “o que dirá a Miriam?” Dólar faz a Bolsa explodir

O touro se mudou de Wall Street para o Brasil. Ele não lê a Míriam.

Segundo os assim chamados economistas, os investidores estrangeiros já “precificaram” o crescimento do Brasil, invadiram a Bolsa e o resultado é impressionante: A Bovespa atingiu a mais alta pontuação do ano - 53.040 pontos, com acumulado mensal de 12,16% e 41,24% no ano. O índice Ibovespa fechou o dia com alta de 2,41% e o dólar fechou a R$ 2. Veja reportagem no Valor Online.

O PiG (*) só tem duas saídas visíveis a olho nu: impedir a Petrobrás de investir ou matar a Dilma.
Do contrário, o capital estrangeiro vai ignorar o PiG (*), fazer a Bolsa subir e espalhar prosperidade na economia.
Assim sendo, o capital estrangeiro, assim como Pedro Malan, aderiu à tese da marolinha.
Quando se realizar a eleição de 2010, a economia brasileira crescerá à taxa de 4%.
Bye-bye Serra 2010.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Gilmar Mendes gastou R$ 114 mil em diárias


O Supremo Tribunal Federal (STF) pagou ao presidente da Casa, Gilmar Mendes, R$ 114.205,93 em diárias de viagem nos 13 meses de sua gestão. Isso significa que, passado um mês da metade de seu mandato, Gilmar recebeu praticamente quatro vezes o total acumulado por sua antecessora, a ministra Ellen Gracie, nos 24 meses em que ela dirigiu a corte. Em dois anos, o STF gastou R$ 31.159,90 com despesas de hospedagem, locomoção e alimentação em viagens nacionais e internacionais da ministra.
Na média mensal, o atual presidente recebe aproximadamente R$ 8.700 em diárias, seis vezes o valor registrado a cada mês por Ellen, R$ 1.300. Apenas nos cinco primeiros meses deste ano, o Supremo repassou a Gilmar mais do que havia destinado à ministra em seus dois anos de gestão.
Leia a reportagem completa no Congresso em Foco

Senador Simon cumpre missão do lulismo de resultados


Tarso Genro está tão rifado quanto Yeda Crusius


Como a grande política foi abolida no Rio Grande, predomina a pequena política, aquela que Gramsci dizia pertencer à esfera das realizações insignificantes, que sequer arranham o verniz do poder, como as feiras eleitorais periódicas, os negócios pedestres da moralidade pública, pequenos escândalos político-existenciais de personagens sombrios, o infindável braseiro das vaidades, as disputas partidárias de beleza e força eleitoral, os arranjos e acomodações das oligarquias, o cálculo oblíquo e aritmético dos chefetes locais, etc.


Esse buquê de flores minúsculas, mal cheirosas e que murcham a cada 24 horas – precisando ser renovadas cotidianamente – é o que adorna e representa o centro da cena pública guasca, hoje.
No reino da pequena política, por suposto, predominam os pequenos reis. Entre esses, se destaca a figura do senador Pedro Simon, padrinho de uma geração de nulidades da grande política ou especialidades da pequena política – como vocês quiserem.


Na crise de lideranças em que se encontra o Estado sulino, o senador Simon ainda se sobressai com vantagens sobre os demais. Percebendo isso, o lulismo de resultados confiou-lhe secretamente a tarefa de dirigir e organizar a sucessão estadual, desde que aceitasse e trabalhasse por uma dada contrapartida – que não se fazem negócios manetas, pelo menos na pequena política.


O senador chega a uma reunião ampliada do diretório estadual do seu PMDB, sábado passado, e praticamente lança o ex-governador Germano Rigotto à sucessão de Yeda Crusius. O ex-governador prontamente proclama que aceita a dura incumbência. Ato contínuo, o senador arremessa pedradas contundentes no pré-candidato petista ao Piratini, o ministro Tarso Genro, acusando-o de orientar politicamente a Polícia Federal na precipitação dos escândalos que envolvem o tucanato no Rio Grande do Sul.


Simon ficou tão inebriado com a sua performance de final de semana que depois disse que não se lembrava de nada. Chegou a negar que tivesse criticado o ministro da Justiça, tamanha a euforia com que desempenhou a missão de plenipotenciário eleitoral do lulismo de resultados.


Mas as tarefas planaltinas preparatórias para a agenda eleitoral de 2010 não estão integralmente confiadas ao senador peemedebista. Circula pela internet um texto assinado por conhecido militante petista (depois, fiquei sabendo que o artigo está publicado no portal web da revista CartaCapital) que, a pretexto de analisar a "política" e o quadro eleitoral do ano próximo, acaba concluindo que “os dois partidos [PT e PMDB] reúnem os melhores quadros da política gaúcha”. É a senha para a adesão passiva e acrítica à uma fórmula impensável, nos tempos que o PT honrava a condição de partido político combativo.


Vê-se, pois, que não é somente Yeda Crusius que foi jogada pelos seus companheiros de jornada aos tubarões, Tarso Genro, compartilha do mesmo cruel destino da governadora tucana. Bate-se avulsamente num mar de predadores "amigos".


O acerto pelo alto entre o PT nacional e Pedro Simon tem provocado verdadeiro pânico nas legendas parasitárias do Estado, aquelas que sempre encontram estufa quente para abrigar seus interesses fisiológicos, seja com Antonio Britto, Germano Rigotto ou Yeda Crusius. Tanto que já há um movimento para estudar a possibilidade de uma candidatura que seria de “terceira via”, como estão apelidando seus obesos protagonistas. Tudo simulação. O que eles querem com fervor profano e fé mundana é um pouco de ficha para procederem às suas apostas na corrida eleitoral que se avizinha. Nada mais que isso.


De resto, o senador Simon está colhendo, agora, no pântano guasca a flor malcheirosa que colocará para adornar o Piratini a partir de 2011. É o triunfo definitivo da pequena política no único Estado que fez a sua própria revolução burguesa, ainda no século 19.


Análise do sociologo Cristóvão Feil do diario gauche

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Rodizio de editorial



O "panfleto" bovino da Tamandaré, mais uma vez repete editorial. É comum o panfleto fazer isso, no entanto, pra que fazer editorial se os bombachudos do Rincão do atraso não sabem ao menos ler. Não é mesmo? Vamos continuar falando de vaquinha e cavalinho, deve dizer o mestre do jornalismo da fronteira guasca e tartufa. Ô raça.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Tucanos lá, aqui ou em qualquer lugar


Governo Serra distribui livros com palavrões em escolas públicas


Com termos impróprios e conotação sexual, obra seria utilizada por estudantes da rede estadual na faixa de nove anos Governo de SP disse que houve falha na escolha do livro para o programa Ler e Escrever e que determinou o recolhimento das obrasA Secretaria Estadual da Educação de São Paulo distribuiu a escolas um livro com conteúdo sexual e palavrões, para ser usado como material de apoio por alunos da terceira série do ensino fundamental (faixa etária de nove anos).A gestão José Serra (PSDB) afirmou ontem que houve "falha" na escolha, pois o material é "inadequado para alunos desta idade", e que já determinou o recolhimento da obra.O livro ("Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol") é recheado com expressões como "chupa rola", "cu" e "chupava ela todinha". São 11 histórias em quadrinhos, feitas por diferentes artistas, que abordam temas relacionados a futebol -algumas usam também conotação sexual. A editora Via Lettera afirma que a obra é voltada a adultos e adolescentes.A pasta distribuiu 1.216 exemplares, que seriam usados como material de apoio para a alfabetização dos estudantes, dentro do programa Ler e Escrever (uma das bandeiras do governo na educação).Nesse programa, os estudantes podem usar o material na biblioteca, na aula ou levar para casa. O livro começou a ser entregue na semana passada.É o segundo caso neste ano de problemas no material enviado às escolas. A Folha revelou em março que alunos da sexta série receberam livro em que o Paraguai aparecia duas vezes no mapa."Os erros revelam um descuido do governo na preparação e escolha dos materiais", afirmou a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Angela Soligo."Há um constante ataque do governo contra os professores e a formação deles. Mas o governo coloca à disposição dos docentes ferramentas frágeis de trabalho", disse Soligo.Posição oficialA reportagem solicitou entrevista com o secretário da Educação, Paulo Renato Souza. A pasta, porém, só divulgou uma nota, que não esclarece como é feita a escolha dos livros.Sobre a responsabilidade pelo erro, disse apenas que abriu uma sindicância.O governo afirma que "este livro é apenas um dos 818 títulos" comprados e que os 1.216 exemplares da obra representam "0,067% do 1,79 milhão de livros colocados à disposição das crianças". Diz ainda que faz um grande esforço para estimular o hábito da leitura.O gerente de marketing da editora Via Lettera (responsável pelo livro), Roberto Gobatto, afirmou que apenas atendeu ao pedido de compra (no valor de cerca de R$ 35 mil) feito em novembro, na gestão de Maria Helena Guimarães de Castro na pasta da Educação."Não sabíamos para qual faixa etária seria destinada. Se soubéssemos, avisaríamos a secretaria", disse Gobatto.Na história mais criticada por professores que tiveram contato com a obra, o cartunista Caco Galhardo faz uma caricatura de um programa de mesa-redonda de futebol na TV.Enquanto o comentarista faz perguntas sobre sexo, jogadores e treinadores respondem com clichês de programas esportivos, como "o atleta tem de se adaptar a qualquer posição".


Jussara Freire via Desabafo País

A CPI da Petrobrax e a tucanalhada


Os tucanos queriam privatizar a Petrobrás, como parte dos acordos assinados com o FMI, trocaram o nome da empresa – orgulho e patrimônio nacional – para Petrobrax, para tirar essa marca de “Brasil”, negativa para eles, e torná-la uma “empresa global”, a ser submetida a leilão no mercado internacional. Não conseguiram. Seu ímpeto entreguista durou menos de 24 horas diante do clamor nacional. Se deram conta que naquele momento tinham avaliado mal os sentimentos do povo brasileiro, que tinham ido longe demais no seu ardor privatizante e entreguista. Tiveram que recuar, mas nunca abandonaram seu projeto, tanto assim que venderam 1/3 das ações da Petrobras na Bolsa de Valores de Nova York, como primeiro passo para a privatização da empresa.


Tinham colocado em prática o programa econômico mais antinacional, de maior abertura ao capital estrangeiro, que o Brasil conheceu, sob o mando de FHC e seus ministros econômicos – Pedro Malan e Jose Serra. Quebraram o país três vezes e correram há pedir mais empréstimos ao FMI, assinando com presteza as Cartas de Intenção, de submissão aos organismos financeiros internacionais. Na crise de 1999, subiram as taxas de juros a 49%, para tentar segurar o capital especulativo e impuseram uma recessão de que a economia só voltou a se recuperar no governo Lula. Entre as cláusulas secretas da Carta de intenções assinadas nesse momento, a imprensa revelou que constava a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica.


Foram rejeitados pelo povo. Quando Lula, no sexto ano do seu governo, tem o apoio de 80% da população e a rejeição de apenas 5%, FHC tinha o apoio de apenas 18%, mesmo contanto com o apoio total da totalidade da grande mídia, essa mesma que rejeita a Lula.Viram, com frustração, a Petrobrás se transformar na maior empresa brasileira e em uma das maiores do mundo, conseguir a auto suficiência em petróleo para o Brasil, descobrir o pré-sal, entre tantas outras conquistas, afirmando seu caráter nacional e de identificação com a construção de um Brasil forte.

Mas não se conformaram. Na calada da noite organizaram uma CPI sobre a Petrobrás. Enquanto o povo quer uma CPI sobre a Petrobrax. Tratam de impor os danos que consigam à maior empresa brasileira, tentam impedir que a exploração do pré-sal fique nas mãos do Estado brasileiro, querem afetar o valor das ações da empresa, obstaculizar seus planos de expansão e de crescimento. Porque lhes dói tudo que seja nacional, tudo que represente fortalecimento do Brasil como nação.


São os corvos do século XXI, os novos lacerdistas, os novos udenistas, a direita branca e elitista, antinacional, antipopular, que sente asco pelo povo e pelo Brasil. FHC espumava de raiva ao ver que para tentar ter alguma chance de disputar o segundo turno com Lula, o candidato do seu partido rejeitou as privatizações do seu governo, comprometeu-se a não tocá-las pra frente, sabendo que se chocam frontalmemente com os sentimentos do povo brasileiro.


Querem prejudicar a imagem da Petrobrás, a fortaleza da empresa de que se orgulham os brasileiros, que a querem cada vez mais forte e mais brasileira. Acenam para as grandes empresas estrangeiras de petróleo com a possibilidade de dar-lhes o controle do pré-sal, como presente de ouro, caso consigam retomar o governo no ano que vem, garantindo-se ao mesmo tempo polpudos financiamentos eleitorais. Não hesitam em sacrificar tudo o que seja nacional e popular, contanto que possam voltar ao governo e seguir dilapidando o patrimônio publico.


São definitivamente uma tucanalhada, que precisa ser repudiada e rejeitada pelo povo brasileiro, para que não possam seguir tentando causar danos ao Brasil. Tirem suas patas entreguistas de cima da Petrobrás, do pré-sal e do Brasil, tucanalhada antinacional, antipopular e antidemocrática. O Brasil é maior que vocês, os rejeitou tantas vezes e vai rejeitá-los de novo. É Monteiro Lobato contra Carlos Lacerda, Getúlio contra Rockfeller, o povo brasileiro contra a tucanalhada de FHC. Que se instaure a CPI que o povo quer – a CPI da Petrobrax, onde estão as digitais dessa corja que odeia o povo e o Brasil.


*Emir Sader (foto) é sociólogo, professor universitário e militante de esquerda

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Lembra do “Panfleto da Tamandaré?”


Pois é, amigo (a) leitor (a), o Panfleto ainda resiste e existe. Pior, ontem comprei uma edição do periódico. Tudo por uma manchete.
- Manchete de capa.
- PREFEITURA E DAE COMEMORAM OBRA DE R$ 5 MILHÕES.
- Fiquei chateado de folhear o panfleto na banca e pague dois pilas e cinqüenta pra ler a “EDIÇÃO?”.
- Atitude masoquista.
- Li aquele editorial bovino que sempre te leva do nada pra lugar nenhum, os retratos da tartufada guasca e fronteiriça, matérias retiradas da internet, elogios ao investimento que Yeda “a louca” fez e inaugurou um trevo numa cidadezinha do fim do mundo e a obra (?) de R$ 5 milhões do prefeito Wainer “dinovo”.
- A edição do Panfleto na verdade é uma afronta a mediana inteligência que resta no “Rincão do Atraso”.
- Os jornalistas (?) de botequim vão ainda mais longe.
- No interior do panfleto com direito a foto, com personagens (autoridades?) de capacete (tinha chuva de esterco do latifúndio) outra chamada com letras garrafais.
- A MAIOR OBRA DOS ÚLTIMOS QUINZE ANOS.
- O aprendiz de gestor e considerado prefeito diz: “Esta obra representa muito mais qualidade de vida e saúde pra pessoas que nunca tiveram um banheiro”.
- Adorei a frase.
- Esta, porém é melhor: “A obra pode ser considerada a maior já recebida pela cidade” e mais esta pérola: “É uma grande satisfação poder dar este retorno para a comunidade que há anos esperava por esta melhoria na sua condição de vida”.
- Dar o que cara pálida?
- Desça já do palco senhor paladino do nada.
- Esta obra é do PAC prefeito baixinho.
- E cadê o jornalismo do Panfleto?
- A coisa é cada vez mais rasteira, mais sabuja.
- Jornalismo picareta.
- Digam com todas as letras. A obra é bancada pelo Governo Federal.
- Obra do PAC.
- Obra do governo operário do presidente Lula.
- Obra do PT.
Entre estercos do latifúndio fronteiriço e patas de cavalos, um dia este jornalismo decadente será pisoteado ou se afogará com mierda vacun.
Arre, ô raça.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Shakespeare e Gilmar: O Espantalho

A mente só repousa na solidez da verdade - Samuel Johnson
O ESPANTALHO

Theófilo Silva


Na corrupta Viena da peça Medida por Medida, de Shakespeare, palco de uma das grandes reflexões sobre o Direito na Literatura, é o próprio Juiz Ângelo quem diz: “Os ladrões têm perfeitamente o direito de roubar, quando os próprios juízes roubam”!

Aproveito esse pensamento do Bardo para perguntar. O que deve uma sociedade fazer quando seus juízes nos roubam à paciência?

Temos hoje uma clara insatisfação com a corte suprema do Brasil. As várias operações policiais, em que se prenderam dezenas de ladrões do dinheiro do Estado, são um prova disso, porque imediatamente o STF libertou os sujeitos e, ao ser indagado pela Imprensa, o juiz-presidente deu suas respostas num palavrório impostado e arrogante atacando o Ministério Público. Quanto aos policiais federais, foram chamados de “canalhas”, e os acusados não foram presos nem condenados. É de conhecimento da nação que, nos últimos quarenta anos, o STF não condenou ninguém.

Não satisfeito, o atual juiz-presidente adotou um comportamento esquisito: dá risadas na cara de um colega, ameaça jornalistas, proíbe o uso de algemas em presos, virou empresário, faz declarações o tempo todo. Resultado: conseguiu levar manifestações populares à porta do Tribunal; virou motivo de chacota em todo o país, ao ponto de misturarem seu nome com o de um notório freqüentador de páginas policiais a quem ele concedeu dois habeas corpus. Em virtude do personalismo de seu presidente - pretendendo proteger a instituição - o decano da Casa organizou uma espécie de ato de desagravo a esse juiz.

Existe uma certa mística em torno de um juiz do STF a qual não encontra respaldo no resto da sociedade, sendo restrita, ao mundo do Direito. O correto mesmo é que esses juízes estejam distantes do povo, porém próximos de seus anseios. No entanto…No entanto, no tocante às Leis, estamos iguais à Viena do juiz Ângelo: “A cidade tem leis para todas as faltas, porém, essas faltas se acham de tal maneira protegidas que os mais fortes estatutos são semelhantes às proibições penduradas numa barbearia: são lidas mas ninguém se importa com elas”. Os corruptos estão se lixando para as nossas leis.

A impunidade gera um problema seriíssimo que grande parte da sociedade, infelizmente, não consegue ver. Diferentemente do que afirma o atual presidente do STF, não é “o homem da esquina” que está preocupado com essa questão. É todo o país que está discutindo isso.Se nos EUA a Suprema Corte – da qual a nossa copiou o modelo – é algo sagrado, e os juízes são somente juízes e não dão opiniões em público, aqui o juiz-presidente é empresário e outros juízes trabalham pra ele. Os americanos estão plenamente satisfeitos com sua corte superior de justiça, nós não. Ninguém entende por que um juiz do STF não acha elementos para condenar alguns notórios criminosos que há dezenas de anos assustam e desmoralizam a justiça brasileira; sinceramente não dá pra entender. Daí que o país já começou a falar em impeachment de um membro do Supremo Tribunal Federal. O STF subtraiu a paciência do país.Apavorado com a corrupção em Viena, o Duque declara: “Não façamos da lei um espantalho, usando-o logo de início para espantar as aves de rapina, deixando-o, depois, imóvel. Até que o hábito faça dele seu poleiro e não objeto de seu terror”. Triste Viena em que a justiça não passa de um espantalho.

Só posso me lembrar da injustiçada Isabela, de Viena: “A quem me queixarei? Quem me acreditaria, se contasse isto”? E conclui: “Oh! Perigosas bocas que só têm língua, a mesma para condenar e a mesma para absolver! Forçam a lei para que se incline diante de seus caprichos; pregam o justo ou o injusto com a isca de seu apetite”.

Pobre Viena!


Theófilo Silva é presidente da Sociedade Shakespeare de Brasília

Pra quem não entendeu...

Outra dica do diario gauche para Yeda, a louca:

Os advogados estão pela hora da morte






Viu, dona Yeda?


Deu hoje na coluna de Mônica Bergamo, na Folha:
Despesa
Os honorários advocatícios pagos por empresas e bancos investigados em operações estrondosas da Polícia Federal nos últimos anos giram em torno de R$ 5 milhões - e passam do dobro em casos especiais


...................


Nem hipotecando a casa, você salda uma dívida dessas.


- Mamãe não proteje mais!- Diz a governadora Yeda



O peixe morre pela boca


Quer dizer que antes então “mamãe” protegia? Agora “mamãe” está seguindo a recomendação de sábado passado deste blog de província:

- Contratem advogados. Não ouçam os conselheiros "políticos" como o Pecuarista de Bagé e o ex-Portão de Ouro. Chamem os profissionais do direito criminal!

Falando sério: o recado da direção nacional tucana, cuja hegemonia é de José Serra, é claro, objetivo, imperativo:
- Se virem, que estão pegando!
Serra, candidatíssimo ao Planalto ano que vem, não quer pagar nenhum contencioso do tucanato guasca. "Mamãe" está absolutamente só.

Todo cambia

Kayser

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Alerta e desculpa aos colegas blogueiros

Não sei o que aconteceu, mas, desde cedo todos os links de blogs que mantinha aqui, sumiram. Não é nada, talvez seja a febre amarela da velha louca que tenha acometido meu espaço. Estou refazendo toda a lista novamente. Como diria o Feil,
Coisas da vida.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A prova de que há uma articulação entre o Piratini e a RBS






Em 24 horas tucanos fazem um projeto educacional e o lançam através de Zero Hora

Segunda-feira passada, dia 4 de maio, o jornal Folha de S. Paulo, estampava a seguinte manchete principal:

“MEC propõe mudar o ensino médio” (ver fac-símile acima). E informava, também na capa: “Atuais 12 disciplinas seriam reunidas em apenas quatro grupos temáticos; projeto será analisado nesta semana”.

No dia seguinte, terça-feira passada, 5 de maio, o jornal Zero Hora, estampava a seguinte manchete principal:

“Rede estadual planeja agrupar disciplinas em só quatro áreas” (ver fac-símile acima). E informava, também na capa: “Os grupos seriam: Linguagens, Matemática, Ciências da natureza, Ciências humanas”.

Ao contrário do diário paulistano, ZH foi mais prolixa na informação e alertava que a decisão já estava tomada: “Conforme a secretária de Educação, Mariza Abreu, em lugar da atual divisão em disciplinas, a base serão [Argh! Chega a doer no ouvido!] quatro grandes áreas do conhecimento”.
Isso que se chama agilidade administrativa pelo alto! A tucana Mariza Abreu copia grosseiramente um projeto do governo federal e o lança através do boletim oficial do Palácio Piratini – jornal Zero Hora – já como decisão pronta e acabada para uma nova política pedagógico-disciplinar na rede pública estadual do Rio Grande do Sul.

O ato desavergonhado e oportunista do tucanato guasca – mais um, entre tantos outros – mostra que de fato há uma estreita conexão político-administrativa entre o Piratini e o grupo RBS.

Sem entrar no mérito do projeto em si (particularmente, me parece bom), a medida é profundamente autoritária e intempestiva. Não é possível mudar os conceitos de um semestre para outro. O próprio governo federal está tomando cautelas com a agrupação de disciplinas do ensino médio, para tanto, está propondo um grande debate nacional, que deve contar sobretudo com a participação de professores, alunos, pais e as comunidades envolvidas, bem como as escolas superiores de pedagogia e ensino docente.
Assim como quer o governo Yeda Crusius, o projeto servirá de instrumento e motivo para novas investidas contra os direitos dos professores, redução numérica dos docentes na rede estadual e uma simplificação pedagógica que resultará em mais vulgarização e mais rebaixamento da qualidade do ensino na rede pública.

Voltaremos ao tema.

mais uma porretada do sociólogo Cristovão Feil do diario gauche, mas o PRBS continua resistindo. bravamente

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O indissolúvel nexo entre teoria e prática no marxismo


No segundo texto da série "Marxismo e Século XXI", Emir Sader trata das relações entre teoria e prática no contexto da obra e do legado de Marx: "Um brilhante pensamento critico não costuma estar acoplado à prática política, enquanto forças políticas novas tem dificuldades para encarar os novos desafios políticos, em suas dimensões teóricas. Trata de valorizar a reflexão teórica, acoplada organicamente à prática política, e de enriquecer a prática política, iluminada pela reflexão teórica", defende.


“Não se pode separar mecanicamente as questões políticas das questões de organização”.(Lênin, Discurso de encerramento do 11° Congresso do Partido Comunista da Rússia, citado por Lukacs no encabeçamento do seu ensaio “Notas metodológicas sobre as questões de organização”, em “História e consciência de classe”)


O marxismo foi concebido como teoria transformadora da realidade. Por essa razão, suas primeiras grandes expressões – Marx, Engels, Lênin, Trotsky, Rosa Luxemburgo, Gramsci, – foram, ao mesmo tempo, indissoluvelmente, teóricos e dirigentes revolucionários. Suas analises e denúncias estavam comprometidas com captar o nervo do real com suas contradições como motores da realidade, para poder compreendê-la na sua dinâmica e decifrar suas alternativas. Seu trabalho teórico estava intrinsecamente comprometido com projetos de transformação concreta e radical da realidade. Daí essa identidade indissolúvel entre trabalho teórico e direção política revolucionária, prática intelectual e trabalho partidário, as fronteiras entre suas atividades como teóricos e como dirigentes revolucionários eram tênues, a ponto que a primeira sistematização da idéia do comunismo – o Manifesto Comunista – foi encomendada politicamente e serviu como documento básico do primeiro partido internacional dos trabalhadores.


A partir do fenômeno que Perry Anderson chamou de “marxismo ocidental” (Nota: in Anderson, Perry, Afinidades seletivas, Boitempo Editorial), - resultado da combinação negativa da stalinização dos partidos comunistas e da repressão fascista - passou a haver uma ruptura entre teoria e prática, retornando, agora sobre o marxismo, a imagem do intelectual desvinculado da prática política, com a correspondente autonomização do discurso teórico. As estruturas partidárias, hegemonizadas pelo stalinismo, bloqueavam elaborações e debates teóricos e políticos alternativos, fazendo com que se produzisse uma nova figura no marxismo: o intelectual desvinculado da prática política. Seu correlato foi a prática política partidária desvinculada da elaboração teórica.


Inevitavelmente a analise e a denúncia passaram a predominar sobre as propostas, as alternativas. Houve um deslocamento dos temas, mas também um deslocamento a favor da teoria desvinculada da prática política. Prática política sem teoria, teoria sem prática – os dois problemas passaram a pesar comum um carma sobre o marxismo e a esquerda. A prática política da esquerda tendeu ao realismo, ao possibilismo, ao abandono da estratégia, enquanto a teoria marxista tendeu ao intelectualismo, a visões especulativas, de simples denúncia, de polêmicas ideológicas em torno os princípios, sem desdobramentos práticos.


Nas décadas mais importantes até aqui da sua trajetória – dos anos 20 do século passado em diante -, a esquerda não pôde contar com a articulação entre seus melhores intelectuais para elaborações que contribuíssem diretamente para enriquecer sua prática política e, ao mesmo tempo, um período de extraordinária riqueza na elaboração teórica do marxismo, não esteve diretamente articulada com a prática, enriquecida por ela e apontando temas e relações concretas de força.


A afirmação de Lênin que encabeça este artigo remete exatamente a isso: não existe um momento de elaboração teórica e depois um momento de aplicação concreta das conclusões teóricas. O marxismo articula intrinsecamente a política e as questões de organização, como uma das expressões da articulação entre teoria e prática. Uma analise marxista que não se articule com projetos de transformação revolucionária, castra o marxismo da sua diferença específica em relação a todas as outras teorias. Um intelectual que se diz marxista e não articula seu pensamento com a prática político-partidária, não assume o marxismo como pensamento dialético, como motor da prática política concreta. Corre todos os riscos de autonomizar a teoria, de desprezar as relações de força políticas, de não captar os movimentos reais da história. Foi o que afetou o marxismo ocidental, que não pôde aliar a imensa criatividade teórica dos autores que podem ser incorporados nessa categoria, à transformação dessa teoria em força material, pela penetração nas massas – conforme a afirmação de Marx. Perdeu a teoria sua dimensão transformadora, perdeu a prática política a imensa capacidade analítica da teoria.


Esse descolamento é politicamente grave, sendo responsável por um forte e reiterado sentimento de parte dos intelectuais, que se reivindicam legítimos representantes da teoria, que pretendem expressar em estado puro, que tem razão contra o abastardamento da política. (O próprio Lukacs expressou isso de forma consciente no novo prefácio de História e consciência de classe, quando confessa que sentia que sempre tinha tido razão e sempre tinha perdido politicamente, deduzindo que devia afastar-se da política.) Que, na realidade, entre a teoria e a realidade – sempre heterodoxa – ficam com a teoria e se isolam da prática, dos caminhos reais da história concreta.


Essa distância se torna ainda mais grave quando o mundo vive situações inéditas – hegemonia capitalista e imperial global, junto a exibição clara de suas debilidades e de retrocesso dos chamados fatores subjetivos da construção de alternativas anticapitalistas -, em que a reflexão teórica articulada com a prática política se torna ainda mais indispensável. O refúgio de setores da intelectualidade na denuncia de capitulações políticas, sem capacidade de propor alternativas, e a trajetória empírica, de adaptação correlações de força desfavoráveis por parte de forças políticas, constitui um quadro negativo, desfavorável à construção de soluções superadoras da enorme crise hegemônica que vivem nossos países e o mundo globalizado.


O exemplo dramático da Venezuela é muito significativo, em que um processo político inovador, corajoso, se choca com a oposição frontal de quase que a totalidade da intelectualidade universitária. Enquanto esta se divide entre um denuncismo de esquerda, sem ingerência política e capacidade propositiva alternativa, o processo político ressente de uma capacidade reflexiva vinculada á sua prática para contribuir a encarar seus dilemas e a definir seu futuro.


Mas o fenômeno se estende, de maneira mais ou menos similar, a todo o continente. Um brilhante pensamento critico não costuma estar acoplado à prática política, enquanto forças políticas novas tem dificuldades para encarar os novos desafios políticos, em suas dimensões teóricas. Se trata de valorizar a reflexão teórica, acoplada organicamente à prática política, e de enriquecer a prática política, iluminada pela reflexão teórica. Exemplos da articulação entre capacidade de elaboração teórica e de direção política fora, na América Latina, o chileno Luis Emilio Recabarren, o cubano Julio Antonio Mella, o peruano José Carlos Mariategui e, mais recentemente, o brasileiro Ruy Mauro Marini e o boliviano Alvaro Garcia Linera – demonstrando a factibilidade dessa articulação e de como ela fertiliza tanto a criação teórica, quanto a prática política.


A imagem do marxista universitário, desvinculado da prática política é uma contradição em termos, uma incoerência, da mesma forma que dirigentes políticos marxistas que não sejam ao mesmo tempo intelectuais revolucionários. O ponto de vista do marxismo é um ponto de vista de partido, desde um partido, desde a acumulação de forças para um objetivo estratégico, programático. Não se trata defender a teoria como cânone teórico intocável, mas de resgatar o marxismo como metodologia – sua única dimensão ortodoxa, segundo Lukacs -, de crítica e de superação da realidade existente.
Texto de Emir Sader no Agência Carta Maior

A linguagem, as coisas e seus nomes

Hoje em dia, não fica bem dizer certas coisas perante a opinião pública. O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado. O imperialismo se chama globalização. As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões. O oportunismo se chama pragmatismo. A traição se chama realismo. Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos.

Na era vitoriana era proibido fazer menção às calças na presença de uma senhorita. Hoje em dia, não fica bem dizer certas coisas perante a opinião pública:
O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado;
O imperialismo se chama globalização;
As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões;
O
oportunismo se chama pragmatismo;
A traição se chama realismo;
Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos;
A expulsão dos meninos pobres do sistema educativo é conhecida pelo nome de deserção escolar;
O direito do patrão de despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral;
A linguagem oficial reconhece os direitos das mulheres entre os direitos das minorias, como se a metade masculina da humanidade fosse a maioria;em lugar de ditadura militar, se diz processo.
As torturas são chamadas de constrangimentos ilegais ou também pressões físicas e psicológicas;
Quando os ladrões são de boa família, não são ladrões, são cleoptomaníacos;
O saque dos fundos públicos pelos políticos corruptos atende ao nome deenriquecimento ilícito;
Chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos motoristas de automóveis;
Em vez de cego, se diz deficiente visual;Um negro é um homem de cor;
Onde se diz longa e penosa enfermidade, deve-se ler câncer ou AIDS;
Mal súbito significa infarto;
Nunca se diz morte, mas desaparecimento físico;
Tampouco são mortos os seres humanos aniquilados nas operações militares: os mortos em batalha são baixas e os civis, que nada têm a ver com o peixe e sempre pagam o pato, danos colaterais;
Em 1995, quando das explosões nucleares da França no Pacífico Sul, o embaixador francês na Nova Zelândia declarou: “Não gosto da palavra bomba. Não são bombas. São artefatos que explodem”;
Chama-se Conviver alguns dos bandos assassinos da Colômbia, que agem sob proteção militar;
Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade o maior presídio da ditadura uruguaia;
Chama-se Paz e Justiça o grupo militar que, em 1997, matou pelas costas quarenta e cinco camponeses, quase todos mulheres e crianças, que rezavam numa igreja do povoado de Acteal, em Chiapas.
(Do livro De pernas pro ar, editora L&PM)
Eduardo Galeano