terça-feira, 28 de outubro de 2014

SOBRE O FASCISMO NAS ELEIÇÕES 2014



Tenho insistido aqui sobre o "fascismo" que brotou na discussão política, nas redes, nos bares e no decorrer desta eleição e devo algumas considerações sobre isso. Vou falar de maneira genérica sobre, entretanto, sugiro uma reflexão breve sobre o tema e quem tiver tempo que pesquise do que se trata.

Ocorre que o "fascismo" aqui ventilado (eleitoral) é o "fascismo coxinha", uma imitação do que ocorreu na Europa no início do século XX. Aqui suas manifestações foram grotescas e pífias, visto que o "fascismo" aqui careceria de um partido de vanguarda que representasse e unisse os avacalhadores num movimento nacionalista. Mas, ao contrário disso, eles não defendem o país, são relez entreguistas e sem projeto nacional ou de futuro.

Falta intelectualidade e articulação para os fascistas tupiniquins. O totalitarismo que pretendem nem eles compreendem. São incapazes de formular ou de copiar fielmente o movimento europeu daquela época.

Os fascistas brasileiros têm apenas resquícios de militarismo, imperialismo, etnocentrismo, preconceito. Falta-lhes o conceito por burros, por limitações, a única identificação é que são de extrema direita.
O fascismo brasuca é permeado pela mídia quando alardeia a "terceira via", a “alternativa” sempre em voga em períodos eleitorais. Falta-lhes liderança, partido forte e conhecimento.

Os sintomas "fascistas" são fáceis de diagnosticar. Vemos isso nas atitudes cotidianas de pessoas bem próximas. Apenas elas não percebem isso.
Estes sintomas são de toda ordem, infectado em cada opinião, cada gesto ou atitude. São fascistas no DNA, encapsulados pela falta de inteligência.

Fique atento quando ouvir posições sobre "protecionismo, nacionalismo, privatizações, intervencionismo, qualquer preconceito e 3ª posição". Isso é Fascismo
Dito isso, esclareço porque repeti tanto a expressão "fascismo" durante a campanha. São identificações que merecem vigilância e devem ser combatidas, com vigor e energia.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Por que votar em Dilma?




O povo brasileiro escolherá em 26 de outubro entre dois caminhos.

As duas candidaturas compartilham três compromissos fundamentais, além do compromisso maior com a democracia: estabilidade macroeconômica, inclusão social e combate à corrupção. Diferem na maneira de entender os fins e os meios. Diz-se que a candidatura Aécio privilegia estabilidade macroeconômica sobre inclusão social e que a candidatura Dilma faz o inverso. Esta leitura trivializa a diferença.

Duas circunstâncias definem o quadro em que se dá o embate. A primeira circunstância é o esgotamento do modelo de crescimento econômico no país. Este modelo está baseado em dois pilares: a ampliação de acesso aos bens de consumo em massa e a produção e exportação de bens agropecuários e minerais, pouco transformados. Os dois pilares estão ligados: a popularização do consumo foi facilitada pela apreciação cambial, por sua vez possibilitada pela alta no preço daqueles bens. Tomo por dado que o Brasil não pode mais avançar deste jeito.

A segunda circunstância é a exigência, por milhões que alcançaram padrões mais altos de consumo, de serviços públicos necessários a uma vida decente e fecunda. Quantidade não basta; exige-se qualidade.

As duas circunstâncias estão ligadas reciprocamente. Sem crescimento econômico, fica difícil prover serviços públicos de qualidade. Sem capacitar as pessoas, por meio do acesso a bens públicos, fica difícil organizar novo padrão de crescimento.

O país tem de escolher entre duas maneiras de reagir. Descrevo-as sumariamente interpretando as mensagens abafadas pelos ruídos da campanha. Ficará claro onde está o interesse das maiorias. O contraste que traço é complicado demais para servir de arma eleitoral. Não importa: a democracia ensina o cidadão a perceber quem está do lado de quem.

1. Crescimento econômico. Realismo fiscal e manutenção do sacrifício consequente são pontos compartilhados pelas duas propostas. Aécio: Ganhar a confiança dos investidores nacionais e estrangeiros. Restringir subsídios. Encolher o Estado. Só trará o crescimento de volta quando houver nova onda de dinheiro fácil no mundo. Dilma: Induzir queda dos juros e do câmbio, contra os interesses dos financistas e rentistas, sem, contudo, render-se ao populismo cambial. Usar o investimento público para abrir caminho ao investimento privado em época de desconfiança e endividamento. Apostar mais no efeito do investimento sobre a demanda do que no efeito da demanda sobre o investimento.

Construir canais para canalizar a poupança de longo prazo ao investimento de longo prazo. Fortalecer o poder estratégico do Estado para ampliar o acesso das pequenas e médias empresas às práticas, às tecnologias e aos conhecimentos avançados. Dar primazia aos interesses da produção e do trabalho. Se há parte do Brasil onde este compromisso deve calar fundo, é São Paulo.

2. Capital e trabalho. Aécio: Flexibilizar as relações de trabalho para tornar mais fácil demitir e contratar. Dilma: Criar regime jurídico para proteger a maioria precarizada, cada vez mais em situações de trabalho temporário ou terceirizado. Imprensado entre economias de trabalho barato e economias de produtividade alta, o Brasil precisa sair por escalada de produtividade. Não prosperará como uma China com menos gente.

3. Serviços públicos. Aécio: Focar o investimento em serviços públicos nos mais pobres e obrigar a classe média, em nome da justiça e da eficiência, a arcar com parte do que ela custa ao Estado. Dilma: Insistir na universalidade dos serviços, sobretudo de educação e saúde, e fazer com que os trabalhadores e a classe média se juntem na defesa deles. Na saúde, fazer do SUS uma rede de especialistas e de especialidades, não apenas de serviço básico. E impedir que a minoria que está nos planos seja subsidiada pela maioria que está no SUS. Na segurança, unir as polícias entre si e com as comunidades. Crime desaba com presença policial e organização comunitária. A partir daí, encontrar maneiras para engajar a população, junto do Estado, na qualificação dos serviços de saúde, educação e segurança.

4. Educação. Aécio: Adotar práticas empresariais para melhorar, pouco a pouco, o desempenho das escolas, medido pelas provas internacionais, com o objetivo de formar força de trabalho mais capaz.Dilma: A onda da universalização do ensino terá de ser seguida pela onda da qualificação. Acesso e qualidade só valem juntos. Prática empresarial, porém, tem horizonte curto e não resolve. Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia indicam o caminho: substituir decoreba por ensino analítico. E juntar o ensino geral ao ensino profissionalizante em vez de separá-los. Construir, do fundamental ao superior, escolas de referência. A partir delas, trabalhar com Estados e municípios para mudar a maneira de aprender e ensinar.

5. Política regional. Aécio: Política para região atrasada é resquício do nacional-desenvolvimentismo. Tudo o que se pode fazer é conceder incentivos às regiões atrasadas. Dilma: Política regional é onde a nova estratégia nacional de desenvolvimento toca o chão. Não é para compensar o atraso; é para construir vanguardas. Projeto de empreendedorismo emergente para o Nordeste e de desenvolvimento sustentável para a Amazônia representam experimentos com o futuro nacional.

6. Política exterior. Aécio: Conduzir política exterior de resultados, quer dizer, de vantagem comerciais. E evitar brigar com quem manda. Dilma: Unir a América do Sul. Lutar para tornar a ordem mundial de segurança e de comércio mais hospitaleira às alternativas de desenvolvimento nacional. E, num movimento em sentido contrário, entender-nos com os EUA, inclusive porque temos interesse comum em nos resguardar contra o poderio crescente da China. Política exterior é ramo da política, não do comércio. Poder conta mais do que dinheiro.

7. Forças Armadas. Aécio: O Brasil não precisa armar-se porque não tem inimigos. Só precisa deixar os militares contentes e calmos. Dilma: O Brasil tem de armar-se para abrir seu caminho e poder dizer não. Não queremos viver em mundo onde os beligerantes estão armados e os meigos indefesos.

8. O público e o privado. Aécio: Independência do Banco Central e das agências reguladoras assegura previsibilidade aos investidores e despolitiza a política econômica. Dilma: A maneira de desprivatizar o Estado não é colocar o poder em mãos de tecnocratas que frequentam os grandes negócios. É construir carreiras de Estado para substituir a maior parte dos cargos de indicação política. E recusar-se a alienar aos comissários do capital o poder democrático para decidir.

Aécio propõe seguir o figurino que os países ricos do Atlântico Norte nos recomendam, porém nunca seguiram. Nenhum grande país se construiu seguindo cartilha semelhante. Certamente não os EUA, o país com que mais nos parecemos. Ainda bem que o candidato tem estilo conciliador para abrandar a aspereza da operação.

Dilma terá, para honrar sua mensagem e cumprir sua tarefa, de renovar sua equipe e sua prática, rompendo a camisa de força do presidencialismo de coalizão. E o Brasil terá de aprender a reorganizar instituições em vez de apenas redirecionar dinheiro. Ainda bem que a candidata tem espírito de luta, para poder aceitar pouco e enfrentar muito.

Estão em jogo nossa magia, nosso sonho e nossa tragédia. Nossa magia é a vitalidade assombrosa e anárquica do país. Nosso sonho é ver a vitalidade casada com a doçura. Nossa tragédia é a negação de instrumentos e oportunidades a milhões de compatriotas, condenados a viver vidas pequenas e humilhantes. Que em 26 de outubro o povo brasileiro, inconformado com nossa tragédia e fiel a nosso sonho, escolha o rumo audacioso da rebeldia nacional e afirme a grandeza do Brasil.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

MEU PARTIDO É O RIO GRANDE?






Com este bordão e se apresentando como o “gringo bom”, e não discuto este mérito, José Ivo Sartóri candidato ao governo do RS pelo PMDB, o partido do Britto e do Pedro Simon chega ao segundo turno das eleições para governador do RS desmascarando os "Institutos de Pesquisas" que lhe colocavam em terceiro lugar na disputa, inclusive na "Boca de Urna".  Ele tem 66 anos dos quais 24 anos como deputado, 4 como vereador e 8 como prefeito, inclua-se aí os anos em que foi secretário de Estado do Trabalho e Ação Social.

Portanto, não me venha com meiguices Sartori, sei que teu partido é o PMDB e o que vocês fizeram com o Rio Grande. Sei que estavas com Britto e Simon e também sei que funcionários da extinta Caixa Econômica Estadual que até hoje perambulam de setor em setor do Estado também sabem qual é o teu partido.

Foi seu partido Sartóri que com Britto venderam a CRT que, aliás, a RBS e Armínio Fraga agradecem até hoje. O Rio Grande jamais será o seu partido, nem seu nem do Britto. Seu partido faliu a CEEE, vendeu o filé para a RGE e AES-SUL e deixou o osso para o Estado gaúcho, osso que roemos até hoje. Este é o seu partido, o PMDB.

Seu partido endividou o Rio Grande com a negociação feita por Britto com FHC e o senhor era deputado. Da mesma forma privatizaram as estradas gaúchas que foram entregues por 20 anos para concessionárias que assaltaram o povo gaúcho com pedágios vergonhosos e deixaram de herança estradas esfareladas para a EGR.
Para os incautos e defensores do “Meu Partido é o Rio Grande” gostaria que me citassem duas ou três propostas claras e objetivas do “bom gringo”, José Ivo Sartóri. Fiquem a vontade nos comentários para cita-las.

Aproveitem e respondam porque sua esposa que atualmente é deputada estadual não se reelegeu com os votos de Caxias do Sul? Será porque lá eles sabem quem é o gringo? Porque na sua cidade não existe a comoção e o apoio que alguns guascas desavisados lhe emprestam nesta candidatura meiga e vazia?
A política e a condução de um Estado e de um país exigem muito mais que palavras românticas e despretensiosas. A história recente mostra o que o partido do Sartóri fez ao Rio Grande, e até os minerais sabem que seu partido é o PMDB;