quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Canto por ellos

En verdad, hoy ni canto ni escribo. Soy casi una nulidad.

A musica é porque é quase sexta-feira, diriam meus gaiatos amigos da fronteira. E é.

Entretanto, determinadas demandas me absorvem de tal forma, que praticamente deixei de escrever.

Quando os poucos leitores(as) que restaram me reclamam, pouco posso argumentar.

Pra alguns, digo que a mudança para Porto Alegre, praticamente tirou meu foco.

A rotina metropolitana é diferente.

O trabalho aqui me absorve mais.

O tempo é escasso.

O twitter é mais rápido e viciante.

Realmente é. Mas tenho saudades de voltar a escrever como antes.

E voltarei.

Por enquanto, deixo a música de um cara amigo e que se foi cedo demais.

Pablito stramin, Este cantava por ellos.

É dos últimos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O que é um Tucano?


Avis rara, animal político com grave risco de extinção, o tucano se diferencia dos outros animais. Identifiquemos suas características, antes que seja tarde demais:


O tucano tem certeza que tem razão em tudo o que diz e faz.

O tucano lê a Folha de São Paulo cedinho e acredita em tudo o que lê.

O tucano nunca foi à América Latina, considera o continente uma área pré-capitalista e, portanto, pré-civilizatória.

O tucano considera a Bolívia uma espécie de aldeia de xavantes e a Venezuela uma Albânia.

O tucano nunca foi a Cuba, mas achou horrível.

O tucano foi a Buenos Aires (fazer compras com a patroa), mas considera a Argentina uma província européia.

O tucano considera FHC merecedor de Prêmios Nobel – da Paz, de Literatura, de física, de química, quaisquer.

O tucano considera o povo muito ingrato, ao não reconhecer o bem que os tucanos – com FHC à cabeça - fizeram e fazem pelo país.

A cada derrota acachapante, o tucano volta à carga da mesma maneira: ele tinha razão, o povo é que não o entendeu.

O tucano acha o povo malcheiroso.

O tucano considera que São Paulo (em particular os Jardins paulistanos) o auge da civilização, de onde deve se estender para as mais remotas regiões do país, para que o Brasil possa um dia ser considerado livre da barbárie.

O tucano mora nos Jardins ou ambiciona um dia morar lá.

O tucano é branco ou se considera branco.

O tucano compra Veja, mas não lê. (Ele já leu a Folha).

O tucano tem esperança de retomar o movimento Cansei!

O tucano tem saudades de 1932.

O tucano venera Washington Luis e odeia Getúlio Vargas.

O tucano só vai a cinema de shopping.

O tucano só vai a shopping.

O tucano freqüenta a Daslu, mesmo que seja por solidariedade às injustiças sofridas em função da ação da Justiça petista.

O tucano nem pronuncia o nome do Lula: fala Ele.

O tucano conhece o Nordeste pelas novelas da Globo.

O tucano dorme assistindo o programa do Jô.

O tucano acorda assistindo o Bom dia Brasil.

O tucano acha o Galvão Bueno a cara e a voz do Brasil.

O tucano recorta todos os artigos da página 2 da Folha para ler depois.

O tucano acha o Serra o melhor administrador do mundo.

O tucano acha Alckmin encantador.

O tucano tem ódio de Lula porque tem ódio do Brasil.

O tucano sempre acha que mereceria ter triunfado.

O tucano é mal humorado, nunca sorri e quando sorri – como diz The Economist sobre o candidato tucano - é assustador.

O tucano não tem espírito de humor. Também não tem motivos para achar graças das coisas. É um amargurado com o mundo e com as pessoas pelo que queria que o mundo fosse e não é.

O tucano considera a Barão de Limeira sua Meca.

O tucano acha o povo brasileiro preguiçoso. Acha que há milhões de “inimpregáveis” no Brasil.

O tucano acha a globalização “o novo Renascimento da humanidade”.

O tucano se acha.

O tucano pertence a uma minoria que acha que pode falar em nome da maioria.

O tucano é um corvo disfarçado de tucano.



Postado por Emir Sader no Blog do Emir

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Adilson re-escreve o “E agora, José ?”


É, José, em Minas dizem assim: “até nunca mais”
O amigo navegante Adilson Filho acaba de compor essa obra-prima do cancioneiro drummondiano:



Enviado para Paulo Henrique, no Conversa Afiada

Segue “o poema” E agora José?! ou Canção do dia “pra sempre”

Um abraço


Adilson (E agora?)

E agora, José?!


E agora, José?! (ou Canção do dia “pra sempre”)


E agora, José?

A festa acabou,

a Dilma ganhou

o Índio sumiu,

a Globo mudou..

e agora, José?

e agora, você?



você que é sem graça,

que zomba da massa,

você que fez plágio

que amou o pedágio

e agora, José?



Está sem “migué”

está sem discurso,

está sem caminho..

não pode beber,

não pode fumar,

cuspir não se pode,

nem mesmo blogar?



a noite esfriou,

o farol apagou

o voto não veio,

o pobre não veio,

o rico não veio..

não veio a utopia

não veio o João

tão pouco a Maria



e tudo acabou

o Diogo fugiu

o Bornhausen mofou,

e agora, José



E agora, José ?

Sua outra palavra,

seu instante de Lula:

careca de barba!

sua gula e jejum,

sua favela dourada

sua “São-Paulo de ouro”

seu telhado de vidro,

sua incoerência,

seu ódio – e agora ?



com a chave na mão

quer abrir qualquer porta,

não existe porta;

o navio afundou

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

nem Rio, Bahia, Sergipe, Goiás..

José, e agora ?



Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa da despedida

e a Miriam tirasse…

se você dormisse,

se você cansasse,

como o leitor do Noblat

se você “morresse”

Mas você não morre,

você é vaso “duro”, José !



E sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem megalomania

Sem Folha, O Globo, Estadão, o Dia..

sem Cantanhede

para se encostar,

sem o cheiro da massa

pra você respirar..



e sem cavalo grego

que fuja a galope,

sem o Ali Babá

pra lhe arranjar algum golpe,

você marcha, José !

José, pra onde?

pra sempre?



E agora, José?

Se quando a festa acabou, o povo falou

que sem você, podia muito mais..

Então, nesse caso: Até nunca mais, José!



ps: O Dia foi só pra compor a rima.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Esclarecimentos do ministerio da saude contra o serra

Esclarecimentos sobre o tratamento de dependentes químicos no SUS

Investimentos na Política de Saúde Mental aumentaram 142%, saltando R$ 619,2 milhões para R$ 1,5 bilhão ao ano

Em relação a declarações feitas pelo presidenciável José Serra a respeito do financiamento de ações para o tratamento de usuários de crack e outras drogas no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde esclarece que:

Não é verdade que o governo federal não aplica recursos para custear o tratamento de pacientes com transtornos associados ao consumo de drogas.

Esse custeio é feito tanto para o tratamento ambulatorial como para casos de necessidade de internação hospitalar.

De 2002 a 2009, os investimentos na Política de Saúde Mental aumentaram 142% – saltando R$ 619,2 milhões para R$ 1,5 bilhão ao ano.

Os gastos hospitalares representam 32,4% desse orçamento. Os recursos, da ordem de R$ 490 milhões, são utilizados no financiamento de 2,5 mil leitos específicos para a internação de dependentes químicos em hospitais gerais. Além disso, a rede pública de saúde conta com aproximadamente 9 mil leitos disponíveis ao tratamento de usuários de drogas em hospitais psiquiátricos, pronto-socorros gerais e psiquiátricos e em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS 3) com atendimento 24 horas.

Isso prova que, em nenhum momento, o atual governo federal rejeitou ou excluiu a internação hospitalar como uma das possibilidades de tratamento para dependentes químicos.

Neste governo, essa questão sempre foi tratada como um problema de saúde pública, que vem sendo enfrentado por meio de um conjunto de medidas integradas e estratégicas devido à rapidez da expansão do consumo abusivo, especialmente de crack.

O SUS adota uma concepção ampliada de atendimento, abrangendo, também, a assistência e o acompanhamento do paciente por meio dos CAPS, das equipes que atuam na Estratégia Saúde da Família, dos Consultórios de Rua, das Casas de Acolhimento Transitório, de terapia ocupacional e, para casos necessários, de tratamento medicamentoso e internação hospitalar, que deve ser vista como uma das possibilidades de tratamento conforme o diagnóstico médico e o perfil do paciente.

Ou seja, é reducionista a visão de que a internação é a única solução para o tratamento da dependência química.

Essa visão, inclusive, contraria frontalmente os princípios da Reforma Psiquiátrica, amadurecida durante 20 anos no Brasil e que mudou o foco da hospitalização como centro do tratamento aos dependentes químicos.

Afinado às diretrizes da Reforma, o governo federal adotou o modelo de uma rede de atendimento – ambulatorial e hospitalar – preparada para assistir os pacientes fora do hospital, durante o período de internação hospitalar e também após a alta do período de desintoxicação.

Essa rede compreende, além dos leitos de internação:

• 1.541 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Destes, 231 são exclusivos para o tratamento de dependentes de álcool e drogas.

• 14 projetos já financiados para implantação e custeio dos Consultórios de Rua, que levam equipes multiprofissionais de saúde – com assistentes sociais, auxiliares de enfermagem, profissionais de saúde mental e de redução de danos – até os locais onde os usuários de drogas se reúnem. Em 2010, serão mais 20 Consultórios. E, em 2011, outros 15.

• 60 Pontos de Acolhimento Transitório previstos para 2010. Eles são estruturas de assistência (alimentação, higiene e descanso) para usuários de álcool e drogas em situação de risco.

• 60 Casas de Passagem para suporte à rede de atendimento. Elas são destinadas a abrigar usuários de álcool e drogas em situação de risco, que poderão permanecer de 30 a 40 dias no local, inclusive durante a noite.

Essas possibilidades de tratamento foram incorporadas ao SUS pelo atual governo, que também aumentou em 31,85%, somente em 2009, o valor das diárias pagas por paciente internado em leito psiquiátrico de hospitais gerais.

Além disso, foi criado um incentivo financeiro para internações curtas (de até 20 dias), cujos valores aumentaram até 20% – um impacto anual de R$ 170 milhões no orçamento do Ministério da Saúde.

OUTROS INVESTIMENTOS – A quantidade de (2,5 mil) leitos de internação específicos para o tratamento de dependentes químicos em hospitais gerais vai dobrar, até o final deste ano, graças ao incremento de R$ 180 milhões na Política de Saúde Mental.

Esses recursos estão previstos no Plano Integrado de Enfrentamento do Crack, uma política interministerial ampla de atendimento a dependentes de drogas, coordenada pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) da Presidência da República.

Em 2009, o ministério complementou, de forma emergencial, os investimentos na Política de Saúde Mental e aplicou R$ 117,3 milhões no Plano Emergencial de Álcool e Drogas (PEAD), que ampliou a rede assistência a dependentes químicos. O principal resultado do PEAD foi a ampliação da quantidade de CAPs, que triplicou de 2003 para 2010, saltado de 500 para 1.541 unidades.

A questão da dependência química é um problema que deve ser enfrentado por meio de um conjunto de medidas estratégicas que, além da rede pública de saúde, envolve a repressão ao tráfico, o desenvolvimento de ações de educação e informação, o envolvimento das famílias e a mobilização de toda a sociedade.

domingo, 22 de agosto de 2010

O ‘AMIGÃO' VISTO PELO RETROVISOR

Em outubro de 2002, em momento igualmente desfavorável como candidato de FHC contra Lula, Serra que hoje se apresenta como o novo amigão do peito do Presidente da República, dizia coisas distintas sobre o adversário.

 A tese da ‘inexperiência’ e do ‘despreparo’ para chefiar o país ,agora endereçada contra Dilma Rousseff, era recorrente na boca do tucano e da mídia que o apoiava.

Em vez da ‘mulher inexperiente, que nunca foi eleita para nada’, o alvo era o metalúrgico ‘ que nunca administrou nada’, como alardeava a matraca conservadora do candidato e de sua entourage.

Liderar sindicatos e conduzir greves históricas, como se sabe, pertence ao universo do nada na visão do conservadorismo nativo, que já nasce póstumo graças a uma vocação inata para mandar e ser obedecido. Inclui-se entre os clássicos dessa visão da casa-grande, o episódio-síntese da cordialidade do serrismo em relação a Lula.

Em plena campanha, o herdeiro de conhecido jornal de São Paulo, em almoço na sede da empresa, apontaria seu dedo magro e deselegante para Lula a ponto de causar constrangimento no próprio pai, então diretor do veículo e hoje falecido. Apoplético, o filho que atende pelo diminutivo, desautorizou o candidato-operário a postular a presidência entre outras coisas por não ter diploma universitário e não falar inglês.

Ontem, como hoje, mídia e o candidato tucano operavam na cadência de um jogral.

Se o petista vencesse as eleições --como de fato venceu e gerou 14 milhões de empregos até agora-- o Brasil, de acordo com a pregação do tucano, seria palco de uma inevitável tragédia econômico financeira, associada a devastadora desestabilização política.

Segundo o ‘amigão’, Lula na presidência cindiria o Brasil, a exemplo do que já ocorria, segundo ele, na Venezuela. Índio da Costa era só um aspirante a picollo balilla, mas o udenismo lacerdista já maturava no arsenal político de Serra, a inocular na classe média o veneno de um apartheid social cevado a uma dieta de medo, mentiras e arrogância.

Com Lula, alardeava o serrismo, haveria uma argentinização da economia. O desemprego e a inflação explodiriam. Ao jornal Gazeta Mercantil , o tucano ardiloso gotejava em 9 de outubro de 2002 o mesmo bordão que agora martela contra Dilma: "Precisamos mostrar quem está mais preparado e mais cercado de forças políticas capazes de garantir a governabilidade".

Diante da escalada terrorista, dias depois, o saudoso economista Celso Furtado faria um desabafo incomum para um homem público conhecido pelo estilo reservado e austero. Aspas para as atualíssimas observações do grande economista brasileiro ao site de campanha do PT, em 13-10-2002. 'O Serra está aperreado.

Como ele vê que todos os apoios vão para o Lula, ele se destempera, diz coisas descabidas, tenta juntar fatos sem nexo. Mistura tudo, Brasil, Venezuela, descontrole cambial e eleições.
Um pouco mais de seriedade. O Brasil precisa de seriedade.

Existe uma expressão francesa para definir esse comportamento [de Serra]: aux bois, quer dizer, ladrando a torto e a direito. Enfim, o sujeito está no sufoco, fala qualquer coisa. É o fim de festa'.

Carta Maior; 22 -08

sábado, 21 de agosto de 2010

O ROTO FALANDO DO RASGADO

FOLHA JOGA 'CARGA' AO MAR EM OBITUÁRIO DE SERRA

Na corrida contra o relógio para mitigar uma credibilidade em ruína, Folha aproveita o horário eleitoral para 'convergir' suas pesquisas (Datafolha: Dilma 47% X Serra 30%) e largar a alça do esquife tucano. Seu editorial deste sábado é a mais pura expressão do clássico 'o roto falando do rasgado': o oportunismo ataca o oportunista.

O jornal da família Frias se junta ao êxodo de roedores por todo o país, como se não fora a mídia demotucana o alicerce de arranque que insuflou, alimentou e deu legitimidade à construção de um antilulismo elitista, agressivo e preconceituoso, que teve na plutocracia paulista, no PSDB de São Paulo e na classe média porosa ao colunismo da Folha, seu principal polo germinador.

Serra é a síntese dessa coalizão de interesses e agora estrebucha. Resta saber como reagirá ao abandono dos patrocinadores.

Confira trechos do editorial: " [...] Num cúmulo de parasitismo político, o jingle veiculado no horário do PSDB apropria-se da missão, de todas a mais improvável, de “defender” o presidente contra a candidata que este mesmo inventou para a sucessão. “Tira a mão do trabalho do Lula/ tá pegando mal/… Tudo que é coisa do Lula/ a Dilma diz/ é meu, é meu.” Serra, portanto, e não Dilma, é quem seria o verdadeiro lulista.

A sem-cerimônia dessa apropriação extravasa os limites, reconhecidamente largos, da mistificação marqueteira[ ...] em vez de um político disposto a levar adiante suas próprias convicções, o que se viu foi um personagem errático, não raro evasivo, que submeteu o cronograma da oposição ao cálculo finório das conveniências pessoais, que se acomodou em índices inerciais de popularidade, que preferiu o jogo das pressões de bastidor à disputa aberta, e que agora se apresenta como “Zé”, no improvável intento de redefinir sua imagem pública.

Não é do feitio deste jornal tripudiar sobre quem vê, agora, o peso dos próprios erros, e colhe o que merece.

Intolerável, entretanto, é o significado mais profundo desse desesperado espasmo da campanha serrista.Numa rudimentar tentativa de passa-moleque político, Serra desrespeitou não apenas o papel, exitoso ou não, que teria a representar na disputa presidencial. Desrespeitou os eleitores, tanto lulistas quanto serristas...'
Texto pescado no Carta Maior

Serra enganador !

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Serra deserta do PSDB e libera geral a traição

                                   Perto do Bing Crosby o Serra é cantor de churrascaria

O Conversa Afiada republica post do site Amigos do Presidente Lula (aquele blog que a dra Cureau queria calar):


No programa eleitoral de José Serra (PSDB/SP) na TV, da quinta-feira, ele cometeu a picaretagem de usar a imagem do presidente Lula como se fosse um cabo eleitoral dele.

Um ato destes é um estelionato eleitoral, é falta de escrúpulos, de honra e de vergonha na cara.

Não são apenas petistas e lulistas que ficaram indignados. A moral da tropa demo-tucana baixou, perplexa, com a desonra e o puxa-saquismo ao adversário.

O ato de Serra foi de deserção política, abandonando sua tropa de oposição à própria sorte, para tentar salvar a própria pele.

Para citar o caso de São Paulo, Serra enche a bola de Lula, que enche a bola de Mercadante, deixando Alckmin sendo frito em fogo brando. Já dá para sentir o cheiro de chuchu refogado no ar.

O mesmo ocorre em Santa Catarina: o candidato do DEMos pede voto para Serra, que enche a bola de Lula, que pede votos para Ideli Salvatti (PT), que detona o candidato do DEMos.

O ato desesperado e inescrupuloso de Serra, libera geral seus aliados demo-tucanos nos estados para mandarem às favas a candidatura de Serra, e também cuidarem de tentar salvar a própria pele.
 
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Navalha
O Serra é capaz de tudo.


Se for preciso, ele passa com um trator por cima da mãe – previu Ciro Gomes, numa sabatina na Folha (*)

Serra poderá trair o Fernando Henrique com a mesma facilidade com que traiu o Alckmin, o Álvaro Dias e os Maia, do Rio.

Serra segue obstinadamente rumo ao despenhadeiro – previu seu Máximo Guru, o colonista (**) Gaspari, aquele que troca (va) receitas de veneno de madrugada com o jenio.

Serra é candidato de si próprio e do PiG (***).

Ele traiu a tradição neo liberal do Fernando Henrique, que nasceu com Eugênio Gudin, Octavio Gouvea de Bulhões e Roberto Campos.

Traiu a tradição cepalina do RaÚl Prebisch e Celso Furtado, a que disse pertencer.

Serra brinca nas onze.

Do neo liberalismo ao Prebisch.

Ele diz qualquer coisa.

E acabou prisioneiro da extrema direita, como provou recentemente o excelente artigo de Maria Inês Nassif.

Serra e FHC controlavam o Brasil quando bastava dar tres telefonemas: para o Dr Roberto, para o “seu” Frias e para o Ruy (Mesquita).

O Robert(o) Civita vinha no vácuo dos três.)

Agora, tem mais gente no pedaço.

Que o Cloaca News vai exigir que ele identifique
E, por azar, ele é contemporâneo do Lula.

Uma vez perguntaram ao Bing Crosby por que ele não era o melhor cantor da América e, sim, o Frank Sinatra.

Ele respondeu: porque eu sou da mesma geração do Frank Sinatra.

Mal comparando, amigo navegante.

Perto do Bing Crosby o Serra é cantor de churrascaria.


Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Horário eleitoral é coalhado de "doutores"


Observem, agora todo o mundo é doutor. Vejam os aspirantes ao parlamento. Candidatos com terceiro grau cursado em faculdade-poeira se proclamam doutores. A vigarice inicia antes mesmo de o sujeito se eleger.


Eles estão incursos em falsidade ideológica e/ou material. De qualquer forma é a configuração do crime de fraude por ato de alteração da verdade.

Código Penal Brasileiro - artigo 299 - nessas ratazanas, já.
Não se deve deixar o rato engordar no parlamento, apanha-se o roedor ainda magro, ainda esboçando os seus primeiros sintomas antissociais e criminosos.

*****
Perfeita observação do Sociólogo gaúcho Cristóvão Feil no seu Blog Diário Gauche
Clique aqui para ler sobre o filho do Paulo Santana
E aqui para ver como os hoje temidos Talibãs eram recebidos na Casa Branca

terça-feira, 17 de agosto de 2010

De alma lavada e confiante

Hoje acompanhei os programas eleitorais do rádio e da tv. Este é o tipo de “programa eclético”. Tem pra todos os gostos. Seriedade, fatalismos, incoerência, golpismo, sobriedade, sinceridade, pilantragem, mentiras, verdades, possibilidades, montagens, enfim...

Particularmente, adoro horário eleitoral.

Que é bom que se diga: Não é gratuito como a velha mídia diz.

Na verdade isto nos custará algo em torno de R$ 860 milhões. Pagos a esta mídia golpista como isenção fiscal.

Como todos sabem de minhas opções políticas. Confesso que estou num dia feliz.

Não poderia começar melhor esta etapa de campanha.

Nos programas de rádio e Tv hoje, Dilma encantou, emocionou e convenceu.

O Zé Chirico, teve a capacidade de citar o Lula no seu jingle, numa clara demonstração de desespero.

O que ele fez é algo semelhante ao meu Colorado “campeão de tudo”, incluir no seu hino um elogio ao Grêmio. Arghh. Aliás, amanhã Bi-campeão da Libertadores.

Muitos dirão, assim é a politica.

Não é não. Isto é uma tentativa estupida de manipular o inconsciente coletivo.

Sorte que só a mídia golpista e os “colonistas” do PIG acreditam nisso.

Ontem o próprio instituto de pesquisa Ibope(GLOBOpe), entregou as fichas e anunciou Dilma oito pontos a frente do Serra e declarou que Dilma ganharia no primeiro turno.

Adorei ver o casal JN-45 anunciar os números da pesquisa (deles).

Bonner e Fátima vestidos de “preto velório”, foi impagável.

E todos aqui, (os menos santos) sabem que o GLOBope e o Data da FOLHA são institutos Serristas.

Pra completar meu dia de satisfação, vejo o resultado da pesquisa Vox Populi agora.

Dilma 45, Serra 29, Marina 8.

Era a pá de cal que faltava para o PIG e para os DEMOs-Tucanos

Isso, sem o presidente Lula que tem 4% de reprovação pedir votos pra ela.

Quando Lula abrir a boca na campanha, Serra não fará 20% dos votos.

Mas o importante não é comemorar a vitória no primeiro turno.

A vitória de Dilma significa muito mais que isso, corresponde a salvar uma geração inteira de todos os malefícios Demos-Tucanos que conseguimos reparar em parte com Lula.

A vitória de Dilma será uma varredura no atraso propagado por estes partidos conservadores e por esta mídia idiotizada e golpista, palanque do neoconservadorismo e servilismo do nosso continente.

A vitória de Dilma, será a devolução de fato do Brasil aos brasileiros e brasileiras.

Entretanto, algo me diz que coisas graves e sujas estão por vir. Eles não venderão baratos esta derrota.

Sejamos vigilantes.

A direita raivosa e a mídia golpista não consegue engolir o fato de ficarem por mais de duas décadas fora do poder.

24 anos faremos apenas com Lula e Dilma.

Depois disso, mesmo assim, não será o Serra.

Pode ser o “Da Rosa” aqui.

Como dizia Renato Russo: “A vida começa agora...Apenas, começamos”

O que teria sido, se não fosse

Este é um momento bom para ler a imprensa – que é a pior coisa que o Brasil tem. Um momento cômico.

Como explicar que, tendo razão em tudo o que escrevem há anos, e dispondo de um candidato insuperável, contra um “poste”, se aproximam de uma catástrofe irremediável?

As explicações não faltam, algumas conhecidas, outras criativas. A imaginação e a racionalização não têm limites para quem não quer reconhecer que estão de costas para a realidade.

Para alguns, apegados a uma leitura esperançosa do final do primeiro turno de 2006, nem tudo estaria perdido. Não se dão conta do que mudou de 2006 para 2010 no Brasil. Se apóiam na suposta onipotência da manipulação midiática, que lhes rendeu frutos, quando a Globo deixou de dar o até então mais grave acidente aéreo no Brasil, para ressaltar um foto que teria lhes rendido o segundo turno. Não se dão conta que o seu repertório se esgotou – repetem “a terrorista”, as Farc, etc., etc., - e já não surte efeitos.

É que o problema de fundo: a situação social do país mudou e isso é o fator fundamental da vitória da Dilma. às vezes tentam negar o óbvio – os programas sociais do governo são uma farsa – outras, se atribuem os méritos – fomos nós (eles) que estabilizamos a economia e começamos essas políticas. Então resta ao povo mal agradecido ou enganado, não reconhecer esses méritos.

Desalento, bronca com os partidos do bloco direitista, denúncia da suposta utilização da máquina do Estado – esse o tom atual, quando a derrota de avizinha de forma irremediável. Artigos dirigidos diretamente ao candidato, à direção dos partidos que o apóiam. Outros, de ódio, dirigidos ao Lula, à Dilma, aos que a apóiam.

Mas o principal é que lhes falta a consciência de classe do que fizeram com este país ao longo do tempo. Com ditadura e com democracia, com a direita tradicional e com a nova direita, com os militares, com Sarney, com Collor e com FHC. Governavam aparentemente sem riscos, primeiro com a força das armas, depois com a força dos monopólios, em particular com a da imprensa. Quase tudo parecia sob controle.

A virada internacional de 1989 lhes deu ainda mais segurança de que seus tempos seriam infinitos. A esquerda parecia derrotada e desmoralizada. Já não era necessário nem o Estado de bem estar social, nenhum risco os assustaria mais. Poderiam aparecer agora como os “modernos”, deixaram para os outros o passado, acusá-los de “jurássicos”.

Foram vitimas dos seus próprios enganos. A esquerda nasce e renasce das próprias contradições do capitalismo, o socialismo é antes de tudo o anti-capitalismo. Inconscientes, promoveram o capitalismo no seu estado mais puro: a generalização das relações mercantis. Chega de Estado, de regulação econômica, de políticas sociais, de concessões a forças populares que já não teriam futuro. Trataram de fazer com que, definitivamente, nossas sociedades passassem a ser verdadeiros shopping-centers, em que tudo se vende, tudo se compra, tudo tem preço, tudo é mercadoria. Voltada para poucos, mas exibindo as riquezas e o luxo para todos, para mantê-los atrelados à quimera de um dia ter acesso e acenando sobre a única felicidade possível – a de ter acesso a esses bens de ultima geração.

Até intelectuais, outrora críticos, foram se conformando a ter que conviver com o capitalismo, que passava a parecer então um destino inexorável. Optam pelo liberalismo, como se se tratasse da forma mais “civilizada” do capitalismo, dão as costas para a grande maioria da nossa população, produzida e reproduzida como pobre pelo capitalismo.

A mídia coopta os que se deixam levar pela vaidade de uma aparição pública, ao preço de voltar-se contra a esquerda, contra os sindicatos, contra as lutas populares. No caso do Brasil, contra o governo Lula, contra o PT, contra as centrais sindicais, contra o MST, contra as universidades públicas, contra tudo que apareça como alternativa à sociedade mercantil que eles produzem e reproduzem.

Há um coro de choradeira, de desalento, de frustrações, que prenuncia uma derrota de grandes proporções.

Eles não podem se dar conta do essencial: os brasileiros caíram na real. Se deram conta que o principal problema do país é a desigualdade, a injustiça. Se deram conta, na comparação entre o governo FHC e o governo Lula, das diferenças substanciais, em todos os planos, a favor deste. Que o primeiro governou para poucos e que Lula governa para todos, privilegiando os mais necessitados. Simples. Inquestionável. Essa a causa do apoio inédito do governo Lula e da liderança da Dilma nas pesquisas.

 
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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Faces do Casal JN-45


Com Serra
Com Dilma

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A CONTRIBUIÇÃO DO JORNALISMO DE ECONOMIA PARA LEVAR SERRA AO 2º TURNO

Desmoralizada a ‘pauta de julho’, a do ‘superaquecimento da demanda’ que legitimaria novo round de alta nos juros em plena campanha eleitoral, o diretório midiático pró-Serra elegeu três assuntos prioritários para que o ‘jornalismo econômico’ faça a sua parte nos negócios, gerando imagens e ‘incertezas’ (sua especialidade) para levar a eleição ao 2º turno. Nesse esforço, o vale tudo não é força de expressão. Às pautas: 1] enfraquecer a Petrobras e inviabilizar a capitalização da empresa, indispensável ao exercício da soberania brasileira no pré-sal; aqui vale desde manipular notícias para desvalorizar as ações da estatal na Bolsa, à criação de um clima de ‘tragédia’ iminente em plataformas marítimas, explorando a associação com o desastre da BP; 2] paralisar o financiamento estratégico do BNDES para devolver aos ‘mercados’ a supremacia no controle do crédito e da política econômica em que pese o risco de um novo mergulho recessivo na economia mundial; aqui já se recorre à veiculação de notícias falsas, como fez o Estadão nesta 6º feira. O patriarca do neoliberalismo impresso informou em seu site que a OMC teria colocado o BNDES sob investigação por dumping na concessão de crédito barato; uma hora depois, a notícia foi desmentida pelo jornal Valor ; 3] implodir o Mercosul para realinhar a política externa à hegemonia norte-americana e solapar a integração regional progressista, que não interessa à coalizão de interesses pró-Serra. A pauta do ‘eixo-do-mal’ que uniria PT+Farcs+tráfico+Chávez etc perdeu apelo depois que a Venezuela e a Colômbia reataram relações esta semana. Mas a mídia nativa não desistiu de colocar Serra na vaga deixada por Álvaro Uribe, credenciando-o como novo líder da reação latinoamericana –-para isso é preciso, antes de mais nada, impedir a vitória de Dilma no 1º turno.
Leia mais no site da Carta Maior

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Carta: o dossiê Dantas. A filha do Serra está lá


A revista CartaCapital colocou no ar – clique aqui para ler – o dossiê com todas as reportagens que publicou sobre o passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas.


É uma contribuição, diz a Carta, ao “jornalismo investigativo”.

São as reportagens que a Carta publicou (95) até 2008.

A filha do Zé Serra está lá dentro.

O PSDB também.

O Fernando Henrique idem, com batatas.

Já que o PiG (*), especialmente a Folha (**), gosta tanto de dossiê, a CartaCapital dá desinteressada contribuição.

Clique aqui para ler: “Falam mal do BNDES, mas não falam mal da BrOi”


Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada

Entrevista do Serra hoje ao JN

Hoje acontece a entrevista do candidato José Serra no Jornal Nacional da rede Globo, e os entrevistadores, o casal 45, depois de passarem apertado com a ex-ministra Dilma Rousseff, terão uma missão mais fácil já que Serra é da casa.

As perguntas deverão ser mais amenas e leves para não complicar o candidato, que tem mania de agredir quando lhe perguntam algo que o contrarie.

No meio das questões estarão umas duas ou três para não dizerem que é marmelada, que estava tudo acertado com Serra. Aqui as 20 perguntas proibidas e as que serão escolhidas entre as vinte abaixo selecionadas.

Tudo já foi combinado com a assessoria de Serra e a rede Globo, a especialista Fátima Bernardes que tem o dom de fazer perguntas para crianças do maternal já está preparada, e Serra também já preparou as respostas tentando ser simpático na TV. Mas, por responder sem pensar Serra pode estragar tudo.

1. Fátima: Aonde o senhor estava quando criou o FAT?

Serra: Na lua

2. Bonner: Qual foi o maior produto genérico que criou?

Serra: O prefeito de São Paulo, o Kassab é genérico do Alckmin, em vez de apoiar o Geraldo Alckmin fui de kassab.

3. Fátima: Porque o senhor não gosta do Alckmin e prefere o Kassab?

Serra: Só para variar, em vez de picolé de chuchu mudei para o de goiaba

4. Fátima: Durante o Natal o que mais gosta de fazer?

Serra: Distribuir os panetones do Arruda para as crianças.

5.Bonner: Se o senhor não ganhar a eleição vai ficar sem emprego?

Serra: Não, foi receber da Alston, o seguro desemprego que eu digo sempre que criei.

6. Fátima: Porque os motoristas de caminhão não querem ir pelo Rodoanel?

Serra: Porque eles não conhecem o caminho, e esse negócio que é inseguro, não tem iluminação, nem posto de parada, e tem assalto, é tudo trololó.

7. Bonner: O buraco do metrô ficou marcado na sua cabeça?

Serra: Não porque eu não sei quem caiu lá e não conhecia ninguém, e também nem sei quantas pessoas do entorno ainda estão sem casa para morar.

8. Bonner: Caso não ganhe a eleição o senhor pode mudar de partido?

Serra: Posso, vou sair do PSDB e vou para o PCC são eles que mandam mesmo.

9. Fátima: Porque as professoras sempre o colocavam de castigo?

Serra: Porque eu faltava nas aulas de economia, mas elas não me batiam.

10. Bonner: Já que o senhor é economista, o que acha do mercado financeiro?

Serra: Uma boa, sempre apliquei os recursos da saúde nos bancos.

11. Bonner: O que foi fazer na Central do Brasil no discurso de Jango em 1964?

Serra: Fui ver os que me traiam e se estavam presentes os meus futuros parceiros do DEM, que antes eram da UDN.

12. Fátima: O senhor acha mineiro coió mesmo?

Serra: O mineiro não é tonto e ainda não percebeu o quanto gosto deles

13. Bonner: O senhor já mandou sua foto para os aliados colocarem nos comitês?

Serra: Não acordei na hora de tirar as fotos, mas amanhã vou mandar

14. Fátima: Caso eleito o Bolsa Esmola que o senhor sempre falava vai continuar?

Serra: Vai e vou aumentar

15. Bonner: É verdade que não entende o sotaque dos países do MERCOSUL?

Serra: Não entendo nada, como não entendo os do nordestinos, goianos e mineiros, é tudo do estrangeiro pra mim.

16. Fátima: Quem manda na sua casa, ou também tudo se resolve junto com o DEM?

Serra: Nem vou falar da minha casa porque não está na declaração de renda

17. Fátima: Qual a música de carnaval que o senhor mais gosta?

Serra: Aquela do refrão, Aceita o Índio que quer o apito, se não pau vai comer.

18. Fátima: E a grande recordação de uma música de sua juventude?

Serra: É mais ou menos assim, "Ninguém me ama, ninguém me quer"

19. Fátima: O senhor sabe de cor a letra da batatinha quando nasce?

Serra: Isso não tem nada a ver com agricultura familiar, tem?



20: Bonner: Agora as declarações finais e o senhor pode ficar até o fim da noite para ver se lembra de alguma coisa de bom que fez para o país.

Serra: Boa Noite!



segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O escândalo Lula

Quem olhasse para o Brasil através da imprensa, não conseguiria entender a popularidade do Lula. Foi o que constatou o ex-presidente português Mario Soares, que a essa dicotomia soma a projeção internacional extraordinária do Lula e do Brasil no governo atual e não conseguia entender como a imprensa brasileira não reflete, nem essa imagem internacional, nem o formidável e inédito apoio interno do Lula.

Acontece que Lula não se subordinou ao que as elites tradicionais acreditavam reservar para ele: que fosse eternamente um opositor denuncista, sem capacidade de agregar, de fazer alianças, se construir uma força hegemônica no país. Ficaria ali, isolado, rejeitado, até mesmo como prova da existência de uma oposição – incapaz de deixar de sê-lo.

Quando Lula contornou isso, constituiu um arco de alianças majoritário e triunfou, lhe reservavam o fracasso: ataque especulativo, fuga de capitais, onda de reivindicações, descontrole inflacionário, que levasse a população a suplicar pela volta dos tucanos-pefelistas, enterrando definitivamente a esquerda no Brasil por vinte anos.

Lula contornou esse problema. Aí o medo era de que permanecesse muito tempo, se consolidasse. Reservaram-lhe então o papel de “presidente corrupto”, vitima de campanhas orquestradas pela mídia privada – como em 1964 -, a partir de movimentos como o “Cansei”. Ou o derrubariam por impeachment ou supunham que ele pudesse capitular, não se candidatando de novo, ou que fosse, sangrado pela oposição, ser derrotado nas eleições de 2006. Tinham lhe reservado o destino do presidente solitário no poder, isolado do povo, rejeitado pelos “formadores de opinião”, vitima de mais um desses movimentos que escolhem cores para exibir repudio a governos antidemocráticos e antipopulares.

Lula superou esses obstáculos, conquistou popularidade que nenhum governante tinha conseguido, o povo o apóia. Mas nenhum espaço da mídia expressa esse sentimento popular – o mais difundido no país. O povo não ouve discursos do Lula na televisão, nem no rádio, nem os pode ler nos jornais. Lula não pode falar ao povo, sem a intermediação da mídia privada, que escolhe o que deseja fazer chegar à população. Nunca publica um discurso integral do presidente da republica mais popular que o Brasil já teve. Ao contrário, se opõem frenética e sistematicamente a ele, conquistando e expressando os 3% da população que o rejeita, contra os 82% que o apóiam.

Talvez nada reflita melhor a distância e a contraposição entre os dois países que convivem, um ao lado do outro. Revela como, apesar da moderação do seu governo, sua imagem, sua trajetória, o que ele representa para o povo brasileiro, é algo inassimilável para as elites tradicionais. Essa mesma elite que tinha uma imensa e variada equipe de apologetas de Collor e de FHC, não tolera o fracasso deles e o sucesso nacional e internacional, político e de massas, de um imigrante nordestino, que perdeu um dedo na máquina, como torneiro mecânico, dirigente sindical e um Partido dos Trabalhadores, que não aceitou a capitulação ou a derrota.

Lula é o melhor fenômeno para entender o que é o Brasil hoje, em todas as posições da estrutura social, em todas as dimensões da nossa história. Quase se pode dizer: diga-me o que você acha do Lula e eu te direi quem és.

Leia mais no Blog do Emir Sader

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Espetáculo deprimente



Não há nada mais sagrado que as crianças. Claro que elas, na sua pureza e ingenuidade, podem gritar o nome de um candidato, correr atrás dele, se agitarem com a movimentação dos fotógrafos e cinegrafistas. E ninguém pode condenar um candidato por conversar com uma crinaça, até mesmo colocá-la no colo, porque é natural que, desde que não haja apelação, essa aproximação carinhosa aconteça.

E é até bom, porque ao contrário dos adultos, as crianças não se intimidam e muitas vezes falam o que todos pensam e poucos dizem.

Mas não é admissível que uma escola estadual monte um corinho infantil para gritar o nome de um candidato a presidente. Foi o que fez alguém da Escola Técnica Estadual de Heliópolis. E as crianças, na pureza que lhes brotou gritaram, mas “Lula, Lula, Lula”, até que um adulto, talvez alguém que se intitule professor, ou diretor, viesse “corrigi-las” para gritar “Serra, Serra”.

Com a indicação de nossos leitores, aí está o vídeo. Vergonhoso, repugnante.

Honestamente, pensei se deveria ou não reproduzi-lo, em respeito às crianças. Mostro, porque acho que o Ministério Público Eleitoral, que enxerga “uso da máquina” quando uma multidão de adultos grita o nome de Dilma, tem a obrigação de agir imediatamente, já, agora, contra esta monstruosidade. Os responsáveis por esta “escola” têm de explicar de quem partiu a ordem para isso ou se são eles, apenas, os responsáveis.
Leia mais no Tijolaço

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

PSDB é contra Bolsa Formação dos policiais do Brasil

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Med. Liminar) 4011-1


Origem: DISTRITO FEDERAL Entrada no STF: 25/01/2008

Relator: MINISTRO CELSO DE MELLO Distribuído: 01/02/2008

Partes: Requerente: PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - PSDB (CF 103, VIII)

Requerido :PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Interessado:

 O PSDB deixou os policiais civis e militares do Estado de São Paulo sem a opção de poder receber o benefício de R$ 400,00 mensais (válido por 12 meses, renovado a cada curso realizado) do programa Bolsa Formação oferecido pelo Governo Federal, que é concedido em contrapartida àqueles que fazem os cursos da rede de Educação à Distância do PRONASCI – Ministério da Justiça.

A intenção do PSDB era que nenhum policial do país recebesse esse benefício. O PSDB recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra dois pontos da Medida Provisória 416, que instituiu os programas Bolsa Formação, Reservista Cidadão, Mulheres da Paz e Proteção de Jovens em Território Vulnerável, no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, o Pronasci.

Pretende o PSDB (a ação ainda está em curso) que nem policiais civis, nem militares e nem guardas municipais recebam esse benefício que tanto lhes tem ajudado na sua formação profissional e no custeio de suas atividades financeiras.

Em obediência ao posicionamento político do PSDB, o Governo do Estado de São Paulo se recusou a fazer o convênio com o PRONASCI, de modo que todos os servidores estaduais da área da Segurança Pública ficaram impedidos de se inscrever nos cursos oferecidos pelo programa, como conseqüência, sem receber a Bolsa Formação, que hoje é de R$ 400,00 mensais, durante 12 meses, renovadas a cada curso concluído.

Com essa postura de José Serra os policiais do Estado de São Paulo perderam duas oportunidades: 1ª - A de freqüentar cursos totalmente voltados para o aperfeiçoamento profissional na área da segurança pública; 2ª – A de receber a contrapartida de R$ 400,00 (Quatrocentos Reais) mensais, que poderia servir como complemento aos baixos salários que recebem desse mesmo governo do PSDB.

Por causa dessa atitude, não é difícil imaginar o que pode acontecer com todos os policiais do Brasil caso o PSDB saia vitorioso nas eleições para a Presidência da República.



Confira abaixo as informações sobre a ADIn:



AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Med. Liminar) 4011-1

Origem: DISTRITO FEDERAL Entrada no STF: 25/01/2008

Relator: MINISTRO CELSO DE MELLO Distribuído: 01/02/2008

Partes: Requerente: PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - PSDB (CF 103, VIII)

Requerido :PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Interessado:





Dispositivo Legal Questionado



Arts. 002º e 003º da Medida Provisória nº 416, de 23 de janeiro

de 2008.



Medida Provisória nº 416, de 23 de janeiro de 2008.

Altera a Lei no 11530, de 24 de outubro

de 2007, que institui o Programa

Nacional de Segurança Pública com

Cidadania - PRONASCI, e dá outras

providências.



Resultado da Liminar

Aguardando Julgamento



Link do STF:

http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?

base=ADIN&s1=pronasci&processo=4011

base=ADIN&s1=pronasci&processo=4011
Créditos ao Grupo Beatrice

domingo, 1 de agosto de 2010

Vergonha da Fronteira Livramento e Rivera


Praça internacional de Livramento é um lixão a céu aberto


Ontem, por ocasião do aniversário de Santana do Livramento - 187 anos da sua fundação - o presidente Lula visitou-a, aproveitando para se encontrar com o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, com o qual assinou tratados comuns e conversou sobre a paz na América Latina, entre outros temas.

No entanto, o clima não foi só de festas e rosas, como se diz. Segundo fontes bem informadas repassadas com exclusividade a este blog DG, o presidente Lula ficou aborrecido com o quadro de degradação urbana da Praça Flores da Cunha (Praça dos Cachorros) e do Parque Internacional, em Livramento.

Como se sabe, Livramento, no Brasil, e Rivera , no Uruguai, são cidades-gêmeas, onde existe apenas um único conjunto urbano, sem divisões físicas ou embaraços aduaneiros. Se distingue que estamos numa fronteira internacional apenas pelo som dos idiomas e os cartazes dos anúncios nas lojas comerciais. Lula, segundo a fonte, teria manifestado profunda irritação com o descaso apresentado no lado brasileiro da linha divisória binacional, onde a Praça dos Cachorros está completamente tomada pelo comércio ambulante, debaixo de barracos improvisados e muito sujeira. O Parque Internacional não encontra-se muito diferente: observam-se árvores centenárias cortadas, muitos bancos quebrados, luminárias sem lâmpadas e com a fiação elétrica exposta, pedras portuguesas com grandes falhas, bem como cercada de ambulantes que vendem alimentos e bebidas em trailers, mesas e cadeiras.

A área pública está, portanto, invadida pelo descaso das autoridades e pelo comércio improvisado e ilegal, num cenário de vale-tudo que degrada a convivência amigável das cidades-gêmeas, tão visitadas por turistas em qualquer época do ano.

Veja o vídeo (acima) e constate você mesmo, como era (foto ao lado) e como está hoje. Este breve documentário é parte de uma campanha - apartidária e inominada - pela restauração dos dois espaços públicos de Santana do Livramento (RS).

Assine o abaixo-assinado que está aqui no blog Santana do Livramento, especialmente criado para a campanha de revitalização da Praça dos Cachorros e do Parque Internacional.

Mesmo que você não tenha nascido em Livramento, como é o meu caso (nem todos são perfeitos!), por favor, apoie e divulgue esta campanha cidadã.
Postagem pescada do Diário Gauche
PS.Cheguei neste momento em casa, depois de uma semana na fronteira, que por acaso é minha cidade (s) natal. Recebi no Facebook este video e hoje me deparei com ele nos escritos do atualissimo sociólogo Critóvão Feil. Voltarei ao tema depois de relaxar destes 500 km.