sábado, 10 de abril de 2010

Candidatura bizarra



O apelo de uma candidatura que veio para ‘unir o Brasil’, embutido no discurso de José Serra, neste sábado, e embalado como ‘novidade nas manchetes dos jornalões, não poderia ser mais ilustrativo de um projeto que não pode dizer de fato seu real sentido. Primeiro, porque pretende tirar de Lula justamente aquilo que é seu apanágio, um governo de livre transito entre vários setores da sociedade brasileira. Algo que até os adversários reconhecem e os empresários –a contragosto da própria esquerda— festejam. Segundo, porque esse traço do governo não está ancorado apenas na personalidade conciliatória de seu Presidente, mas decorre de avanços sociais e econômicos reais que, de fato, permitiram maior repartição da riqueza entre amplas camadas da população criando um sentido de pertencimento raro numa sociedade excludente e perversa. De onde os estrategistas do candidato demotucano pensam que vêm os 80% de popularidade de um Presidente atacado e hostilizado sem trégua pela mídia que os apóia? Terceiro, porque não poderia haver algo mais imiscível do que a idéia de ‘união’ e o prontuário político arestoso de José Serra --um tucano rejeitado entre os próprios tucanos, famoso pela intolerância e a perseguição implacável a adversários e jornalistas; alguém cujo ferramental político sempre foi a ação soturna de bastidores regada a dossiês e denúncias plantadas na mídia. Como, alguém que rachou o próprio partido para impor seu projeto personalíssimo de candidato, poderia convencer o Brasil que veio unir o país derrotando Lula?
(Carta Maior; 10-04)
Apenas o texto do site Carta Maior

Um comentário:

  1. O mesmo discurso pacificador guasca, utilizado na eleição do Rigotto [PMDB] em 2002, dizendo que, num governo PT, existe ódio e desagragação.
    Esse filme nós já vimos antes, e o que é pior, cola!
    Muito grave a situação! Que a campanha da Dilma espelhe-se na experiência riograndense e busque acabar com este discurso de vez!

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