sábado, 15 de janeiro de 2011

A mídia na lama



As redes de Tv no Brasil, transformam tragédia em novelas. É cacoete, virou fórmula de cobertura.
O (a) jornalistinha sabujo chega a fazer caras e bocas.
Imagino que tenham aulas de dramaturgia intensiva.
Esta semana, aqui em casa passamos por momentos de muita angustia, meus filhos passando férias em Nova Friburgo e em Teresópolis vive minha sogra, cunhadas e parentes de minha companheira. Assim, como todos ficamos sem comunicação. Ainda hoje a comunicação e eletricidade é precária.
Como é do conhecimento de todos, ano sim e outro também ocorre desmoronamentos no Rio de Janeiro. Seja na capital, baixada ou região serrana. Muda apenas o numero de mortos e atingidos.
No Rio de Janeiro, existe um morro para cada um.
Ricos e pobres moram morro acima, na região serrana a situação ainda é pior, lá você mora no morro,ou mora na valeta que cruza entre eles.
Mas, voltando ao tema dos repórteres e suas entrevistas é revoltante vê-los atuando da forma como fazem.
Hoje a gota d'água foi ouvir o relato de um rapazinho da Globo de camisa branca e limpa, dizer textualmente:
“Tive que fazer o caminho assim como todos ELES, ou seja, subi o morro caminhando”
Não é bonitinho?
Eles andam. E falam.
Falam com o mais pobrezinho que encontram pela frente e aí, o torturam com perguntas cretinas.
A intenção destes babacas é sempre sensibilizar o telespectador.
Guiar suas emoções.
Comigo eles conseguiram.
Despertaram meu mais nobre sentimento de revolta e desprezo.
Será que existe uma cartilha pronta pra estes imbecis perguntar?
O senhor já tinha imaginado passar por isso?
Ou a pergunta estúpida pra uma mãe esperando na frente do IML para identificar a filha:
Como a senhora está se sentindo nesta hora?
E agora que o senhor(a) perdeu a família, casa e cachorro, vai fazer o quê?
Ah meu filho, vou dar uma festa.
Ainda tem os “especialistas” de estúdio com suas receitas, seus culpados e soluções fantásticas e extremamente fáceis.
Tipo, vamos concretar todas as montanhas.
A culpa é do governo por não retirar as pessoas a tempo.
Por que deixam as pessoas construir ali?
Como já falei, e quem conhece o Rio de Janeiro sabe que estes locais, são os únicos pra se morar.
Mora-se na montanha ou na valeta da montanha.
As montanhas cariocas vão continuar deslizando, com ou sem casas por lá.
O Rio é um dos menores Estados em extensão, entretanto, é um dos mais populoso do Brasil, onde existem mais pessoas por metro².
Por derradeiro, agora é esperar novamente a queima de fogos em Copacabana e torcer pra que as chuvas do ano que vem sejam mais leves.

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