
quinta-feira, 30 de julho de 2009
O nome da doideira

Quero propor um tema para os estudantes que estão em vias de começar o trabalho de conclusão de suas graduações de terceiro grau. Sugiro o exame do tratamento que a mídia guasca dá ao grande imbróglio chamado governo-tucano-de-Yeda-Rorato-Crusius.
Tem uma vasta bibliografia de suporte para quem vai se debruçar sobre o palpitante e mucho loco tema. Pode começar com Roland Barthes, seguir com Bourdieu, Eco, Chomsky, Castells, e outros.
Trata-se da mais direta e franca expressão da categoria “elites irresponsáveis” analisada pelo sociólogo Francesco Alberoni. Criaram e cevaram essa coisa e agora não sabem como se ver livre da coisa, que já começa a prejudicar os negócios do tipo claro/escuro. Não sabendo como lidar com a coisa muito louca, tratam de colocar panos quentes no desarranjo, na forma de eufemismos ridículos e surreais, como dizer que a governadora está em “período de reflexão”, quando se sabe que há uma luta interna fenomenal para disputar espaços/vantagens na nau à deriva no qual está transformado o poder público do Estado do Rio Grande do Sul.
O formando que estudar esse tema – além de se divertir muito – estará contribuindo sobremaneira com o desvendamento de um esquema de poder fixado sobre bases subjetivas de ilegalidade, amadorismo, vulgaridade generalizada, ignorância e insanidade mental. As bases objetivas são as mesmas de qualquer governo orientado para o desrespeito sistemático às regras da democracia formal representativa.
Texto do sociólogo Cristovão Feil do diario gauche
Que também é leitura obrigatória.
terça-feira, 28 de julho de 2009
Gripe "A"
terça-feira, 21 de julho de 2009
O Supremo errou, cabe consertar
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Carta à governadora Yeda Crusius

O Movimento Pela Abertura dos Arquivos da Ditadura toma a iniciativa de escrever-lhe esta carta, em referência ao cartaz que a senhora escreveu ontem pela manhã, dia 16 de julho de 2009, e apresentou aos fotógrafos de órgãos de imprensa de todo o país. A sua declaração, de que aquelas pessoas que ali estavam não eram professores, mas “torturadores”, atinge não somente aqueles professores, que estão em seu pleno direito de reivindicar melhores salários e condições de trabalho, mas também todos os cidadãos brasileiros, vítimas diretas ou indiretas dos crimes cometidos por torturadores ao longo da história do Brasil.
A utilização deste termo é uma prova da total falta de conhecimento histórico da senhora, e mais: um grande desrespeito à memória do país, que recentemente passou por um período de ditadura, não só militar, mas com contribuição de muitos civis, muitos hoje acusados de terem, esses sim, torturado pessoas. Com sua declaração, a senhora ignorou totalmente a carga histórica que o conceito de “torturador” carrega. A senhora já ouviu o depoimento de alguém que tenha sofrido, verdadeiramente, uma tortura? Estas pessoas merecem o nosso respeito, o que não observamos na sua atitude.
Isso corrobora para o que estamos chamando atenção há tempos: a utilização inadequeada de adjetivos, sem conhecer seu teor histórico, sem valor explicativo, e usado de forma pejorativa e impune. Isso acontece, também, com o conceito de “terrorista”, que é utilizado para a luta armada brasileira, mas nunca atribuído às ações do aparato repressivo do Estado - ainda não desmontado, julgado e condenado - e com grupos para-militares, como o CCC, sigla que ainda hoje circula na sociedade brasileira, e é lembrada como o grande grupo que combatia o comunismo, sem saber de fato o que aquele grupo fez no Brasil.
A sua atitude se assemelha à dos torturadores e repressores, na medida em que, assim como as balas, as palavras ferem, e vêm justamente do lugar que deveria tomar conta de todos os cidadãos, independente de posicionamento político: o Estado. A senhora comparou uma classe trabalhadora, que exercia um direito que fora suprimido por mais de 20 anos, àqueles responsáveis pela supressão do mesmo. Comparou-os a pessoas que cometeram crimes, e que estão por aí, impunes. Isto, senhora governadora, é considerado calúnia, segundo as leis do Estado que a senhora representa.
A senhora sentiu-se intimidada pela manifestação que impediu o direito de ir e vir de seus netos. A senhora sabe que durante os anos 1960, 1970 e 1980, vigoraram no Cone Sul ditaduras civil-militares que sequestraram, torturaram, desapareceram, mataram e apropriaram-se de crianças? Na Argentina, por exemplo, há mais de 500 crianças desaparecidas. Apenas 91 tiveram sua identidade restituída. A senhora sabe como isto foi feito? Através de lutas, confrontos, manifestações, como esta, que se realizava em frente a sua residência.
Seus netos, senhora governadora, provalvemente não saibam o estado em que se encontra a educação pública no Rio Grande do Sul, pois devem frequentar os melhores e mais caros colégios em Porto Alegre. Seus netos não devem fazer idéia do que seja passar trimestres, às vezes anos, sem uma disciplina, por falta de professor; ou estudarem em turmas com 50 alunos, por causa do enturmamento promovido pela senhora; ou enfrentarem as condições precárias em que se encontram muitas escolas; ou não possuírem uma boa educação por falta de recursos; ou encontrarem professores desmotivados pela miséria que é paga todos os meses. Estes sim, são torturados.
Senhora governadora, por todos esses motivos expostos nós, do Movimento Pela Abertura dos Arquivos da Ditadura, escrevemos esta carta com o objetivo de solicitar uma retratação pública da senhora, em frente às câmeras de televisão, para com todos os cidadãos brasileiros, que de uma forma ou de outra, sabem exatamente o que significa o termo “torturado”. Pedimos que a senhora tome essa atitude, em nome de todas as verdadeiras vítimas de crimes de tortura cometidos no Brasil, seja durante a ditadura civil-militar, seja ainda hoje em dia, pelo Estado.
Esta carta seguirá com cópia para órgãos de imprensa e endereços eletrônicos que quiserem publicá-la.
Foto: Roberto Vinicius/Agência Free Lancer
Originalmente no RS Urgente
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Jornalismo sabujo e golpista

- por inocência talvez, ou por ignorância mesmo.
- Hoje lendo a matéria (?) reproduzida abaixo, fiquei imaginando como a tartufada gaudéria do Rincão do Atraso e os latifundiários, via de regra, causadores e protagonistas deste atraso receberam a noticia veiculada no Panfleto.
- Quem será que conhece o PRONASCI no rincão?
- Talvez nem os assalariados do panfleto saibam.
- E se não sabem deveriam procurar saber.
- E se não o fazem, será por burrice?
- Limitação?
- Má intenção?
- Ou será tudo junto?
- E o prefeito porque em momento algum revela que o convenio do PRONASCI (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) é uma política do Ministério da Justiça?
- Do governo Lula, do PT, do Ministro Tarso.
- Será que os assalariados do Panfleto e o prefeito (imitador de gestor) sabem o que é GGIM?
- Qual a dimensão do PRONASCI no Rio Grande?
- Dos territórios de Paz que inclusive no mês passado foi lançado no Rio Grande pelo Presidente Lula, no bairro Bom Jesus em Porto Alegre?
- E que serão lançados mais 10 na região metropolitana?
- E que o Rio Grande é o 7º estado a receber as ações do PRONASCI?
Sinceramente, cada vez que leio este tipo de “REPORCAGEM” me irrito, sinto pena e por derradeiro concluo que esta gente se merece.
Leiam a “REPORCAGEM” do panfleto abaixo.
- Quem tiver capacidade de reflexão e mediana inteligência entenderá a indignação da postagem, outros (a maioria) nada dirão.
O prefeito Wainer Machado realizou a entrega, nesta terça-feira, de quatro veículos que serão utilizados para combater a criminalidade no município, seja zona rural ou cidade (duas caminhonetes para BM e uma para Polícia Civil, além de um veículo para o próprio gabinete), além de dar posse aos membros do Gabinete de Gestão Integrada, que contará com representantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Brigada Militar - CRPO-FO, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Sindicato Rural, Delegacia Regional da Susepe, Conselho Tutelar, Câmara de Vereadores e Prefeitura Municipal, coordenado André Luis Pereira. O prefeito Wainer Machado lembrou que esteve com o ministro Tarso Genro pleiteando a instalação dos GGI's nas zonas de fronteira e, após receber o aceno positivo da instalação de um em Livramento, considerou muito importante a conquista, salientando ser importante que haja esta referência para atuar no combate à criminalidade. O delegado regional de Policia Civil, Otelo Caiaffo, destacou a importância da ação política que foi desencadeada para o município, conquistando estrutura para atuar no combate aos crimes no campo, como o furto/abigeato, de forma conjunta com os demais órgãos de segurança pública.Flávio da Silva Lopes, comandante do 2º Regimento de Polícia Montada, manifestou-se dizendo que através desta solenidade de posse do Gabinete de Gestão Integrada e entrega de viaturas para o combate ao abigeato, serão intensificadas as ações e, com isto, haverá maior eficiência, além de dedicação e integração com todos os órgãos que atuam na segurança pública. O delegado da Polícia Federal, Alessandro Lopes, considerou como principal fato a posse do GGI, a união de todas as forças policiais da cidade para atuar no combate ao descaminho e ao tráfico de drogas, podendo articular e obter mais recursos para o combate ao crime, lembrando ser importante a instalação de um sistema de monitoramento com câmeras nos pontos estratégicos da cidade. O presidente do legislativo, Lídio Mendes, acredita que é importante uma ação efetiva para melhoria nas vias rurais, visando facilitar o acesso de viaturas e infraestutura aos órgãos de segurança pública, especialmente porque Livramento é um município muito extenso. A primeira reunião do GGI deverá ser promovida nos próximos dias, com ações sendo intensificadas pelos órgãos representativos.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
RBS vende neve, mas não entrega


quarta-feira, 8 de julho de 2009
Prêmio de Lula orgulha o país, mas a imprensa esconde
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem à noite, em Paris, o prêmio Félix Houphouët-Boigny concedido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura).
Presidido por Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, o júri premiou Lula “por sua atuação na promoção da paz e da igualdade de direitos”.
Não é um premiozinho qualquer. Entre as 23 personalidades mundiais que receberam o prêmio até hoje _ anteriormente nenhum deles brasileiro _ , estão Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, Yitzhak Rabin, ex-premiê israelense, Yasser Arafat, ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina, e Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos.
Secretário-executivo do prêmio, Alioune Traoré lembrou durante a cerimonia na sede da Unesco que um terço dos vencedores anteriores ganhou depois o Prêmio Nobel da Paz.
Pode-se imaginar no Brasil o trauma que isto causaria a certos setores políticos e da mídia caso o mesmo aconteça com Lula.
Thaoré disse a Lula que, ao receber este prêmio, “o senhor assume novas responsabilidades na história”.
Mas nada disso foi capaz de comover os editores dos dois jornalões paulistas, Folha e Estadão, que simplesmente ignoraram o fato em suas primeiras páginas. Dos três grandes jornais nacionais, apenas O Globo destacou a entrega do prêmio no alto da capa.
Para o Estadão, mais importante do que o prêmio recebido por Lula foi a manifestão de dois ativistas do Greenpeace que exibiram faixas conclamando Lula a salvar a Amazônia e o clima. “Ambientalistas protestam durante premiação de Lula”, foi o título da página A7 do Estadão.
O protesto do Greenpeace foi também o tema das únicas fotografias publicadas pela Folha e pelo Estadão. No final do texto, o Estadão registrou que Lula pediu desculpas aos jovens ativistas, retirados com truculência pela segurança, e “reverteu o constragimento a seu favor, sendo ovacionado pelo público que lotava o auditório”.
“O alerta destes jovens vale para todos nós, porque a Amaz}ônia tem que ser realmente preservada”, afirmou Lula em seu discurso, ao longo do qual foi aplaudido três vezes quando pediu o fim do embargo a Cuba e a criação do Estado palestino, e condenou o golpe em Honduras.
“Sinto-me honrado de partilhar desta distinção. Recebo esse prêmio em nome das conquistas recentes do povo brasileiro”, afirmou Lula para os convidados das Nações Unidas.
A honraria inédita concedida a um presidente brasileiro, motivo de orgulho para o país, também não mereceu constar da escalada de manchetes do Jornal Nacional. A notícia da entrega do prêmio no principal telejornal noturno saiu ensanduichada entre declarações de Lula sobre a crise no Senado e o protesto do Greenpeace.
É verdade que ontem foi o dia do grande show promovido nos funerais de Michael Jackson, mas também ganhou destaque na escalada e no noticiário a comemoração pelos quinze anos do Plano Real (tema tratado neste Balaio na semana passada) promovida no plenário do Senado, em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou para atacar Lula.
Diante da manifesta má-vontade demonstrada pela imprensa neste episódio da cobertura da entrega do Prêmio da Unesco, dá para entender porque o governo Lula procura formas alternativas para se comunicar com a população fora da grande mídia.
Muitas vezes, quando trabalhava no governo, e mesmo depois que saí, discordei dele nas críticas que fazia à atuação da imprensa, a ponto de dizer recentemente que não lia mais jornais porque lhe davam azia.
Exageros à parte, mesmo que esta atitude beligerante lhe cause mais prejuízos do que dividendos, na minha modesta opinião, o fato é que Lula não deixa de ter razão quando se queixa de uma tendência da nossa mídia de inverter a máxima de Rubens Ricupero, aquele que deu uma banana para os escrúpulos.
“O que é bom a gente esconde, o que é ruim a gente divulga”, parece ser mesmo a postura de boa parte dos editores da nossa imprensa com um estranho gosto pelo noticiário negativo, priorizando as desgraças e minimizando as coisas boas que também acontecem no país.
Valeu, Lula. Parabéns!
Leia mais no Balaio do Kotscho
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Panfleto, latifúndio e desenvolvimento

Leia o tópico:
ESTRADAS
Faz-se mister aqui dizer que nada tenho contra estradas arrumadas. Entretanto, é bom salientar que o desenvolvimento “citado” é justamente o motivo de ter jogado este Rincão no mais profundo atraso. É chegada à hora de dizer pra este latifúndio, confundido sempre com desenvolvimento que este tempo já passou. Esta gente que gera 1 (um) emprego a cada mil hectares “plantando boi” de forma extensiva e pagando salário liquido de 400 pila pra cada peão, que vende os bichinhos de guampa vivos, que vão gerar renda e trabalho noutro lugar, que agregam valor em outros municípios que vão eles mesmos entapetarem suas passadas, que façam estradas a pá. Sugiro aos defensores do latifúndio que carreguem pedrinhas no bolso para pavimentar mais de 3 mil km de estradas vicinais. Desta forma 180 famílias ricas e cheias de campo não estragarão suas belas pick ups.
Roupa nova e me devendo.

Me devendo um jornal de verdade. Me devendo um jornal sem comprometimento com os destruidores do bioma Pampa. Um jornal que não seja o intelectual orgânico de arranjos político-eleitorais golpistas, antipopulares e antidemocráticos. [Sem jamais esquecer que a família Sirotsky, dona do grupo RBS e do repaginado Zero Hora, apoiou e se beneficiou do golpe civil-militar de Primeiro de Abril de 1964.]
Um jornal que não seja dissimulado, espetaculoso, senso comum rebaixado e pseudo-apartidário. Me devendo um jornal republicano (não precisa ser de esquerda), com bons textos, defensor de idéias e políticas sem a máscara da “neutralidade” e da “isenção”. Me devendo um jornal que não seja o veículo portador dos interesses do baronato do concreto, da especulação imobiliária e do desfiguramento urbano de Porto Alegre e sua natureza. Me devendo um jornal de verdade. E não um jornal guaribado e com novos cosméticos de superfície.
Em Tempo. É curioso que nos últimos dois anos e meio só duas famílias prosperaram, e estão de casa nova no Rio Grande do Sul: a família RBS/Sirotsky, com seu novo parque gráfico (que propiciou o botox em ZH), e a família Rorato Crusius, com sua flamante casa em bairro metido de Porto Alegre, mas cuja origem é mais enrolada que baile de cobras.