quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Imprensa e o poder

Existe uma frase do Paulo Henrique Amorim que virou chamada em seu blog que diz o seguinte: Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil”. Esta frase sintetiza em parte meu pensamento sobre determinados setores da imprensa. A historia recente nos mostra a proximidade de sempre da “imprensa” com o poder, em todas as esferas e instâncias. O maior explícito neste sentido foi à última campanha presidencial quando parte da grande imprensa entrou na campanha anti-lula e que gerou esta frase do PHA. Aqui no estado não é diferente, aliás, nunca foi; o grupo RBS e aí se inclui jornais, rádios e tv se construiu desta forma e sempre tiveram seus candidatos, numa postura conservadora que virou rotina atacar a esquerda. Enfim, todos sabem que os candidatos conservadores (?) sempre estiveram ligados a esta “imprensa” e sempre as beneficiaram, nas cidades do interior esta postura sempre é mais disfarçada, pois em sua maioria rádios e jornais sobrevivem do dinheiro público, ou seja, da propaganda institucional, portanto estão sempre de acordo com o governante de plantão (ordenador de despesas), seja em câmaras de vereadores ou no executivo. Desta relação entre a mídia e o poder já surgiram varias interpretações, alguns chegam a rotular a imprensa como terceiro poder, outros deliram ao ponto de enxergar na imprensa, palanque eletrônico num viés eleitoral capaz de lhe dar visibilidade para um público imaginário. Não obstante, a política e seus atores estabeleceram uma reação comercial com esta chamada “imprensa” em que fala ou aparece quem “paga” contrariando a lógica de quem e o que é notícia. Desde muito tempo minha relação política com a “mídia” tem-se dado de forma diferente e desconfiada, entretanto muitos políticos provincianos preferem seguir duas linhas ao meu ver equivocada nesta relação: Primeiro aquela que dialoga  com a persuasão, por raciocínio, e que posso classificar como rácio-propaganda, que seria a correta, no entanto não sabem escolher seu questionador ou oponente, e segundo a relação por sugestão, ou seja aquela que deflagra o medo(represália) como complemento positivo e o entusiasmo como delírio e burrice(falácia). Dito isso amigo leitor, desconfie sempre quando algum candidato a qualquer coisa na vida entupir seus ouvidos nas emissoras de rádio ou quando você não agüentar mais ver sua cara no jornal. A grande vantagem que existe com relação à imprensa escrita, é que o público consumidor de jornais tem opinião formada, senso crítico e discernimento (a maioria), portanto são pessoas difíceis de manipular através da informação embutida, produzida por editores de política (?) na maioria das vezes de forma amadora e sem conteúdo. Os grandes efeitos que a mistificação das massas pela propaganda política consegue, via de regra é feita através do velho e poderoso rádio AM, entretanto nada consegue desbancar o trabalho de divulgação feito na base, nos fundões, nas grotas e dialogando com as inteligências representadas em associações de classe, de moradores, trabalhadores, empregadores e lideranças bem intencionadas. Este é o caminho, não confundam projeção política com visibilidade midiática, e subserviência ao terceiro, quarto ou quinto poder que se sustenta com dinheiro público, ou mesmo o único poder na visão miupe de alguns. 

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